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Soldados ucranianos reciclam material bélico abandonado após ataques russos

Enquanto aguardam os equipamentos prometidos pelo Ocidente, os soldados ucranianos tentam recuperar o que podem para enfrentar o inimigo

Enquanto aguardam os equipamentos prometidos pelo Ocidente, os soldados ucranianos tentam recuperar o que podem para enfrentar o inimigo. A reportagem da RFI acompanhou o trabalho em uma unidade de infantaria na região de Kupyansk, no nordeste da Ucrânia. Os militares contam que o uso de drones aumentou no campo de batalha.

Em seu celular, Oleksandr mostra fotos de uma das capturas de que mais se orgulha: veículos marcados com a letra “Z” e munição abandonada pelos russos durante sua retirada.

Há dois meses, ele encontrou um estoque de foguetes Grad: “Achei isso em um bosque, onde os russos guardavam seus foguetes. Retornaremos ao remetente”, ironiza. “Eles os trouxeram até aqui para mandá-los em cima de nós, mas não tiveram tempo, porque tiveram de fugir rapidamente. Agora que os encontramos, vamos devolvê-los”, afirma.

Diante da falta de armamentos em sua unidade, Oleksandr segue atento, mas as oportunidades de encontrar equipamentos russos são bastante raras. “Avistamos um veículo, mas está quase na linha do front. Temos de empurrá-los [os russos] um pouco para trás, primeiro, e depois podemos recuperá-lo”, conta o soldado sobre a melhor estratégia a seguir.

“Este trabalho de recuperação alivia a nossa unidade, permitindo cobrir a nossa retaguarda e travar ofensivas”, explica.

Um veículo de combate blindado russo também foi restaurado para funcionar. Enquanto aguardam o registro oficial do veículo, os militares o mantém afastado da frente de batalha.

DRONES: UM EQUIPAMENTO CADA VEZ MAIS USADO NA GUERRA

A guerra de drones começou nas primeiras semanas da invasão russa da Ucrânia. Disponíveis em grande número e a baixo custo, esses dispositivos de todos os tipos viraram o combate de cabeça para baixo.

Entre esses equipamentos está o drone de combate TB2, produzido na Turquia. Armado com quatro mísseis, ele provou ser tão eficiente que foi apelidado de “kalashnikov” do céu.

De acordo com especialistas em armas, como os americanos se recusaram a exportar a sua família de drones de última geração, modelos de drones mais baratos vieram preencher essa lacuna no mercado de máquinas de média altitude de longa duração.

Na Ucrânia, o TB2 Bayraktar mudou a guerra por ser fácil de usar e representar uma ameaça constante para o adversário. O TB2 é apenas um exemplo, já que em termos de drones, as forças ucranianas têm se mostrado muito inventivas. Kiev converteu massivamente drones comerciais em drones de combate, como o Dji Magic, fabricado na China. Dotado de ótica de boa qualidade, este pequeno aparelho permite à artilharia encontrar alvos e ajustar os disparos. Facilmente modificado, também pode carregar uma granada de fuzil.

O acesso a um sinal de boa qualidade, como a rede de satélites Starlink, também permite que esses drones tenham desempenho próximo aos padrões militares. Uma verdadeira revolução no campo de combate.

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Marcio Sousa

Editor chefe, Radialista profissional e Diretor de Programação da Taperuaba 98,7 FM

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