MPCE cumpre mais de 40 mandados contra policiais e suspeitos de integrarem facção criminosa
Uma operação do Ministério Público do Ceará, em conjunto com agentes da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), cumpre nesta quinta-feira (14), 46 mandados de prisão preventiva contra suspeitos de integrar uma facção criminosa de origem paulista que atua no estado. Policiais civis e militares e uma advogada também tiveram as prisões decretadas por suposto envolvimento com a organização criminosa. O MPCE ainda não divulgou o balanço de quantas prisões foram efetuadas durante o cumprimento dos mandados já que a operação ainda está em andamento.
A facção é investigada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pelo setor de Inteligência da SSPDS desde 2015. Durante as investigações, conforme o MPCE, já foram presas 53 pessoas investigadas, além da apreensão de 19 armas de fogo, 60 kg de cocaína, 200 kg de maconha e 8 kg de crack.
Com as prisões, os promotores do Gaeco reuniram o material apreendido e apresentaram denúncias criminais contra todos os integrantes da facção investigados. As denúncias foram recebidas e os juízos de Fortaleza, Caucaia e Maracanaú decretaram, ao todo, a prisão preventiva de 46 pessoas, além de busca e apreensão nas residências.
Os suspeitos são investigados pelos seguintes crimes:
- Integrar organização criminosa armada;
- Tráfico de drogas;
- Associação para o tráfico.
“A previsão do Ministério Público é que as penas dos principais líderes da organização criminosa possa variar, em caso de condenação, de 45 até 503 anos de prisão, conforme a participação e a hierarquia de cada investigado na organização, bem como a quantidade de crimes praticados. Portanto, a investigação é a mais proveitosa e abrangente contra uma organização criminosa realizada pelo estado do Ceará até o momento”, informou, em nota, o Ministério Público.
Policiais envolvidos
O órgão afirmou que foi confirmada a participação de policiais civis e militares nos crimes. Por isso, equipes da Controladoria Geral de Disciplina (CGD) também estão atuando para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão. Uma advogada também foi denunciada e teve a prisão decretada, segundo o MPCE. As identificações dos suspeitos não foi revelada.
A operação, nomeada de ‘Saratoga’, segue em andamento dando cumprimento aos mandados. O material que já foi apreendido e as pessoas presas durante a ação foram levados para a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas organizadas da Polícia Civil (DRACO).
Atuação em presídios
Os investigadores do Gaeco salientaram que, além das prisões, as investigações que resultaram na Operação Saratoga impediram motins e rebeliões dentro do sistema penitenciário cearense. Alguns líderes da organização criminosa já estão recolhidos em presídios do estado.
O nome da operação Saratoga é uma alusão ao porta-aviões norte-americano que, em filme ficcional, serviu de base para o combate a criaturas subterrâneas, que na vida real se assemelham a indivíduos que atuam na clandestinidade, praticando crimes à margem da lei e da ordem.
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