Monkeypox: com 247 casos, Ceará é o estado com mais casos no Nordeste
Homens de 30 a 39 anos são mais afetados no Estado, mas mulheres e crianças também são afetadas
São quase 3 meses desde o primeiro caso de monkeypox confirmado no Ceará no dia 29 de junho e, nesse período, 247 pessoas foram contaminadas pela doença. Esse é o maior número entre os estados do Nordeste e o 5º lugar no País, como registra o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (21).
Outros 220 pacientes aguardam o resultado do exame no Estado para verificar se há contaminação pela doença conhecida como varíola dos macacos. Um paciente que tinha comorbidades e estava com monkeypox morreu em Crateús nesta segunda-feira (19) – esse pode ser o primeiro óbito pelo vírus no Ceará.
Essa morte, no entanto, ainda não entrou para a contagem do Ministério da Saúde e por isso apenas Minas Gerais e o Rio de Janeiro aparecem com notificação de morte por monkeypox, sendo uma em cada.
Monkeypox nos estados brasileiros
- 1º: São Paulo (3.542)
- 2º: Rio de Janeiro (963)
- 3º: Minas Gerais (446)
- 4º: Goiás (415)
- 5º: Ceará (247)
- 6º: Distrito Federal (241)
- 7º: Santa Catarina (232)
- 8º: Pernambuco (118)
- 9º: Bahia (103)
- 10: Mato Grosso do Sul (88)
Os casos confirmados de monkeypox no Ceará estão distribuídos em 26 municípios e 38 cidades acompanham de perto pacientes com suspeita de infecção pela doença, como mostram os dados da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Fortaleza concentra os diagnósticos para monkeypox com 189 testes positivos. Na sequência, aparecem Maracanaú (8), Caucaia (5) e Eusébio (5), na Região Metropolitana.
A Sesa informou à reportagem ações para o diagnóstico, tratamento e contenção da doença desde o monitoramento dos casos até o treinamento de profissionais da saúde. Conheça algumas delas:
- Ativação do Centro de Operações de Emergência (COE) em Saúde do Ceará, que envolve técnicos e tomadores de decisão no trabalho de análise de dados locais, regionais, estaduais, nacionais e globais da doença para a definição de estratégias de controle
- Plantão do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) para suporte e rastreamento dos casos notificados
- Articulação com a Organização PanAmericana de Saúde (OPAS) para fortalecimento do rastreamento do contatos, resultando em medidas mais céleres de isolamento dos pacientes
- Capacitações para profissionais nos mais importantes temas relacionados à monkeypox, sendo oferecidas pela Escola de Saúde Pública (ESP) do Ceará
- Aquisição de insumos para diagnóstico laboratorial da monkeypox
- Realização, pelo Lacen, de testes diagnósticos da doença com liberação do resultado em até 48h
Perfil dos pacientes
O público mais afetado pela monkeypox entre os cearenses é formado por homens (213) entre 30 e 39 anos (93). Ainda assim, a doença começa a atingir crianças, de 0 a 9 anos, com 7 casos, e mulheres, com 34 testes positivos.
Os principais sintomas da doença são erupção cutânea, febre e lesão genital/perianal. Os pacientes, mais comumente, também sentem dor de cabeça e fraqueza, além do aparecimento de ínguas.
Chegada do primeiro lote de vacinas
O primeiro lote com 50 mil doses da vacina contra a monkeypox deve chegar em setembro no Brasil, conforme informação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A imunização será feita em profissionais da saúde e pessoas que tiveram contato com pacientes infectados com a doença conhecida como varíola dos macacos.
A declaração do ministro foi feita à TV Brasil e publicada pela Agência Brasil neste domingo (18), mas não foi detalhada a data do recebimento. O laboratório dinamarquês Bavarian Nordic deve fornecer a doses após negociação com o Governo Federal e intermediação da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
Quais os sintomas da monkeypox?
Os sinais e sintomas da monkeypox duram de 2 a 4 semanas, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), e desaparecem por conta própria, geralmente sem complicações.
Os principais sintomas da monkeypox, já identificados entre os cearenses, são:
- lesões na pele;
- febre;
- dor de cabeça;
- fraqueza;
- dor muscular;
- aumento dos linfonodos do pescoço;
- dor de garganta;
- dor nas costas;
- suor/calafrios;
- dor nas articulações;
- lesão genital/perianal;
- náusea/vômito;
- inchaço dos gânglios;
- lesões na boca e mucosas;
- tosse;
- sensibilidade à luz;
- conjuntivite;
- inchaço peniano;
- proctite (inflamação no reto);
- sinais hemorrágicos.
O período de incubação do vírus monkeypox é “tipicamente de 6 a 16 dias”, mas pode chegar a 21 dias, como explica o Ministério da Saúde. Ou seja, esse é o período que o paciente pode permanecer sem sintomas após ter contraído o vírus.
Como ocorre a transmissão da monkeypox?
Entre humanos, o vírus é transmitido por contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de infectados, fluidos corporais ou objetos recentemente contaminados.
“Quando a crosta desaparece e há reepitelização, a pessoa deixa de infectar outras e, na maioria dos casos, os sinais e sintomas desaparecem em poucas semanas”, aponta a Sesa.
De acordo com o Ministério da Saúde, a monkeypox “é uma doença que exige contato muito próximo e prolongado para transmissão de pessoa a pessoa, não sendo característica a rápida disseminação”. Apesar disso, o vírus tem potencial epidêmico.
Como prevenir?
- Evitar contato com pacientes suspeitos ou infectados;
- Higienizar as mãos com frequência, com água e sabão ou álcool;
- Usar máscaras de proteção.
As medidas também valem para roupas, roupas de cama, talheres, objetos e superfícies utilizadas por pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Esses itens devem ser limpos da forma adequada.
O que fazer se tiver sintomas da monkeypox?
As autoridades de saúde recomendam que o paciente que apresentar sintomas da varíola dos macacos procure uma unidade de saúde, para atendimento médico. E não entre em contato com outras pessoas.
Qual é o tratamento?
O tratamento dos casos suspeitos de varíola dos macacos tem se baseado, conforme boletim da Secretaria da Saúde, “no manejo da dor e do prurido, cuidados de higiene na área afetada e manutenção do balanço hidroeletrolítico”.
A maioria dos casos, observam as autoridades de saúde, apresenta sintomas leves e moderados. “Na presença de infecções bacterianas secundárias às lesões de pele, deve-se considerar antibioticoterapia”, acrescenta a Sesa.
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