Ceará

Aumento de monkeypox: saiba quando procurar ajuda e primeiros sintomas

Ceará tem 270 casos confirmados, segundo painel de monitoramento da Sesa. Saiba em quais situações ficar em alerta e quais outros sintomas também são comuns, além das lesões na pele

O Ceará soma 270 casos confirmados de monkeypox e outros 227 estão sob investigação. Na última semana, Estado vem apresentando aumento rápido de pacientes diagnosticados. O POVO entrevistou a secretária executiva de Vigilância em Saúde, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Sarah Mendes, para explicar quando as pessoas devem ficar em alerta, quais os sintomas principais e como fazer o isolamento adequado. 

Do total, 38 pacientes são mulheres e sete pacientes são crianças de zero a 9 anos. Ao todo, 1.150 casos suspeitos foram notificados, sendo que 579 já foram descartados laboratorialmente, conforme o painel de monitoramento do IntegraSUS, da Sesa.

Segundo Mendes, o Estado está com aumento de casos pois já há transmissão comunitária da doença, além de maior “capacidade de detecção” e “sensibilidade da rede de atenção e da rede de vigilância em monitorar esses diagnósticos”. 

“Nas últimas semanas, a gente observou um crescimento importante no número de casos, mas isso se dá basicamente pela descentralização dos diagnósticos”, diz. O diagnóstico, até o início de fevereiro, era feito pela Fiocruz no Rio de Janeiro; então, isso demorava muito tempo, os resultados dos testes saíam em até 21 dias.

A secretária compara que, desde o dia 8 de setembro, o diagnóstico está sendo feito aqui no Ceará. “Hoje, uma amostra chegando ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) no período da manhã, no período da tarde o resultado já está sendo liberado. Isso é um ponto positivo para essa maior detecção dos casos”, aponta.

A pessoa deve ter quais sintomas para desconfiar que está com monkeypox?

O sintoma mais frequência é a erupção na pele. Mas é importante destacar que ela começa como uma vermelhidão que então pode fazer uma bolha, ficar com pus e só então criar aquela crosta que ficou como a imagem popularizada da monkeypox.

Então, basicamente é o aparecimento dessas erupções cutâneas. Muitos pacientes também relatam febre, dor de cabeça, adinamia (fraqueza muscular), dor no corpo e indisposição.

Quando procurar atendimento?

O momento ideal é no início dos sintomas. Primeiro, se teve contato com alguém que teve esses sintomas, a pessoa deve ficar atenta ao aparecimento de algum dos sintomas também. Pode começar pela febre, pela dor de cabeça, pela adinamia e depois surgirem as lesões na pele.

Mas o marco que a gente tem orientado a população para buscar um diagnóstico para a monkeypox é a erupção cutânea. Se apareceu uma erupção, busque uma unidade de saúde.

Onde buscar esse atendimento?

A pessoa pode buscar qualquer unidade básica de saúde. No Ceará, todos os casos são leves, e os municípios estão preparados para receber. As Unidades Básicas de Saúde têm os kits de diagnóstico, têm o profissional capacitado pra fazer a coleta, sabem o fluxo de envio dessa amostra.

Em Fortaleza, que é onde a gente tem o maior contingente populacional e também o maior número de casos, a Prefeitura destinou a uma unidade de saúde em cada uma das seis regiões pra ser sentinela para os casos de monkeypox.

Só se considera a doença se tiver contato próximo com alguém já diagnosticado?

O contato é um alerta. É o que acende o sinal amarelo. E o contato da transmissão é o contato pele a pele ou por objetos, seja uma toalha, um lençol, um copo, um talher… Mas só vai buscar uma unidade de saúde quem teve contato? Não.

O indivíduo deve buscar sempre que aparecer uma erupção cutânea ou no aparecimento de outros sintomas.

Tendo a confirmação ou mesmo a suspeita da doença, é importante ficar isolado? Como fazer esse isolamento?

A Sesa orienta o isolamento para o caso confirmado. Os sintomas podem persistir por um período de cinco a 21 dias, com uma média de 16 dias. E a pessoa com sintoma precisa se isolar, ou seja, não compartilhar cama, separar uma toalha específica para uso do paciente, separar os talheres, copo, utensílios domésticos no geral.

É um isolamento mais para uma doença de contato do que para uma doença respiratória. Também é importante o paciente ter cuidado com relação à utilização de máscara dentro do domicílio, especialmente se morar com pessoas com comorbidades. Só depois que as lesões secam e caem é que o paciente pode sair do isolamento.

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Marcio Sousa

Editor chefe, Radialista profissional e Diretor de Programação da Taperuaba 98,7 FM

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