Segurança

Justiça mantém prisão de líder de facção acusado de ordenar Chacina das Cajazeiras

Deijair de Souza Silva chegou a ser mantido em cárcere em uma unidade federal de segurança máxima. Ele alega inocência e pede para ser ouvido pelo Judiciário

A Justiça Estadual negou a soltura de Deijair de Souza Silva. Conforme decisão proferida na 2ª Vara do Júri de Fortaleza e publicada no Diário da Justiça Eletrônico da última segunda-feira (15), Deijair deve permanecer preso preventivamente porque “há perigo concreto gerado pela liberdade do acusado, o que justifica a sua segregação cautelar para garantia da ordem pública e conveniência da instrução processual“.

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Deijair, também conhecido como ‘De Deus’, é apontado como um dos membros e fundadores de uma facção criminosa de origem cearense. Consta na investigação que ele quem ordenou a Chacina das Cajazeiras. A matança aconteceu na madrugada do dia 27 janeiro de 2018. 14 pessoas foram assassinadas e outras 15 ficaram feridas, no Forró do Gago e entorno, .

O Ministério Público do Ceará (MPCE) destacou que o acusado é de periculosidade reconhecida, o que, por si só, “já justifica a prisão cautelar, ainda mais ante a existência de fortes indícios de que seria um dos líderes da organização”.

Na decisão a favor da manutenção da prisão, o juiz reiterou que “pela gravidade dos fatos narrados na peça acusatória, resta imprescindível a manutenção da prisão do acusado para conveniência da instrução processual, assegurando a efetiva oitiva de vítimas e testemunhas”.

Defesa

A defesa pediu o relaxamento da prisão alegando que o reú está preso há mais de dois anos e não há previsão para o início da fase de instrução do processo. De acordo com a defesa, representada pela advogada Paloma Gurgel, o processo já foi desmembrado para que pudesse tramitar com celeridade, mas a situação do acusado não se alterou.

Sobre a decisão de manter a prisão, a defesa disse que já esperava “pois, por ser um crime midiático, a Justiça não vem cumprindo o seu papel, pressionada pelo clamor social”. A advogada acrescentou que há dois anos, desde que o processo foi desmembrado, não houve uma audiência e não há indício de que a Justiça será feita.

“Ao longo dos três anos, provavelmente as provas já se perderam. Se a justiça tivesse sido hábil, com certeza, teria solucionado esse caso com mais eficácia. Por fim, só o que podemos dizer é que lamentamos e que já estamos recorrendo ao Tribunal de Justiça do Estado. Posteriormente, se negado, recorreremos às instâncias superiores, respectivamente: STJ e Corte Suprema”, disse Paloma Gurgel.

A Justiça se pronunciou dizendo que a superação dos prazos processuais não implica necessariamente em reconhecimento imediato de ilegalidade e pontuou a complexidade do caso, que conta com procuradores distintos e diversos pedidos de relaxamento e revogação da prisão.

Em janeiro deste ano, já transferido de um presídio federal para penitenciária estadual, Deijair concedeu entrevista alegando ser inocente quanto aos crimes cometidos na Chacina das Cajazeiras. O acusado também nega participar de facção criminosa e pede para ser ouvido pelas autoridades.

Denúncia

O MPCE denunciou 15 pessoas pela série de assassinatos no bairro Cajazeiras. São elas: Auricélio Sousa Freitas, Ayalla Duarte Cavalcante, Deijair de Souza Silva, Ednardo dos Santos Lima, Fernando Alves Santana, Francisco de Assis Fernandes da Silva, Francisco Kelson Ferreira do Nascimento, João Paulo Felix Nogueira, Joel Anastácio de Freitas, Misael de Paula Moreira, Noé de Paula Moreira, Rennan Gabriel da Silva, Ruan Dantas da Silva, Victor Matos de Freitas e Zaqueu Oliveira Silva.

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Marcio Sousa

Editor chefe, Radialista profissional e Diretor de Programação da Taperuaba 98,7 FM

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