Segurança

Irmã de funcionário morto no IJF disse que hospital foi negligente: ‘Deveria ter sido revistado’

Mizael Souza da Silva foi sepultado nesta quarta-feira (24) em Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza

A irmã de Francisco Mizael Souza da Silva, morto a tiros e decapitado no Instituto Dr. José Frota (IJF) na terça-feira (23), acredita ter havido negligência da direção da unidade de saúde, ao permitir livremente o acesso de um ex-funcionário no prédio. O copeiro foi velado e sepultado na manhã desta quarta-feira (24) em Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza. 

“Como que um ex-funcionário entra em uma instituição de saúde referência no Estado e faz biometria facial? Se ele alegasse que ia visitar alguém, deveria ter sido revistado”, desabafa a secretária escolar, Francisca Escóssia da Silva, 35. 

“Ele [consegue] entrar com uma bolsa, com uma arma branca, pra ceifar a vida do meu irmão, então teve negligência, tanto da segurança, que dá para ver que não existiu, como da direção do hospital, que não fiscaliza essas coisas. Se fazem isso com um funcionário trabalhando, imagina com um paciente lá dentro?”, questiona. 

Francisca também critica a falta de assistência prestada a família por parte da prefeitura de Fortaleza, gestora do IJF. “Não chegou nenhum representante do hospital e nem da empresa que ele era contratado pra falar com a gente, nem para dar condolências a família”, aponta.

VÍTIMA DEIXA FILHA E ESPOSA GRÁVIDA

Casado há oito anos, Mizael deixa esposa grávida de seis meses e uma filha de sete anos. Segundo Francisca, a cunhada chegou a passar mal e desmaiar ao saber do crime e os familiares temem pela saúde dela e do bebê que espera.

“A família toda está muito abalada e revoltada com o que aconteceu, e nossa preocupação maior é com ela nesse momento porque a gravidez é de risco, então temos medo que a tragédia seja ainda maior”. 

A secretária escolar também afirmou que o irmão era querido por todos no ambiente profissional, que trabalhava no hospital há mais de dez anos e que chegou a ser colega de trabalho de Francisco Aurélio Rodrigues de Lima, de 41 anos, preso pelo crime. Segundo ela, a relação de Mizael com o suspeito do crime e com sua namorada era apenas a de colegas de trabalho, e acrescenta que nunca chegou ao conhecimento da família que o copeiro tenha sofrido alguma violência no local.

“Ele nunca teve desavenças com ninguém, era querido por todos, pela equipe médica. Só o que a gente sabe é que ele [Francisco Aurélio] era muito ciumento e ameaçava a namorada porque não gostava das amizades que ela tinha lá dentro”, detalha.

FAMÍLIA DEVE ACIONAR JUSTIÇA

Ainda conforme Francisca Escóssia, a família deverá acionar a Justiça para conseguir as devidas responsabilizações sobre o caso.

“Estou sendo assessorada por um advogado, a família está tentando apurar o que aconteceu, se for comprovada a negligência vamos entrar com ações contra os responsáveis, seja o Estado, a Prefeitura, o Hospital, e quem mais tiver sido responsável pela vida do meu irmão, e também para garantir que esse assassino continue na prisão, que ele cumpra a pena máxima e que não saia em meses e continue fazendo a barbárie que fez”, afirmou. 

Em nota à imprensa divulgada nesta quarta-feira (24), o IJF disse que a direção da unidade de saúde se solidariza com as famílias das vítimas, e que todos os protocolos de acesso e monitoramento das áreas de atendimento do hospital estão sendo realinhados. 

VEJA NOTA DO IJF NA ÍNTEGRA: 

A Direção do Instituto Dr. José Frota (IJF), mais uma vez, se solidariza com as famílias das vítimas. Informamos que, minutos após a ocorrência, parentes dos funcionários terceirizados foram acolhidos pelas equipes de assistência do hospital e também pelos membros da gestão da unidade no decorrer do dia. Seguimos prestando atendimento psicológico aos demais funcionários abalados com a situação.

Recebemos o reforço de equipes da Guarda Municipal e estamos realinhando todos os protocolos de acesso e monitoramento das áreas de atendimento. Reiteramos ainda todo o apoio aos órgãos de segurança responsáveis pela investigação do caso.

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Marcio Sousa

Editor chefe, Radialista profissional e Diretor de Programação da Taperuaba 98,7 FM

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