Epidemia cruzada de gripe e Covid no Ceará ainda não gerou aumento de internações
Vacinação é principal fator para não agravamento dos casos, aponta a Sesa; postos de saúde e UPAs têm alta em atendimentos
Os cuidados do cearense com a saúde devem ser, agora, dobrados: com pelo menos 278 casos de influenza A, 69 deles por H3N2, e um acúmulo de 2,2 mil casos de Covid só em dezembro, o Ceará vive uma epidemia de gripe dentro da pandemia de coronavírus.
Na manhã desta quarta-feira (29), Ricristhi Gonçalves, secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), confirmou que os casos de Covid já apresentam, de novo, um “aumento progressivo”.
Apesar da grande circulação viral, os casos registrados pela Sesa têm sido de leves a moderados, como avalia a secretária executiva, o que prova a importância da vacinação contra influenza e contra Covid.
“Não estamos vendo hospitalizações por causa dessas doenças, não há aumento de solicitação de leitos de enfermaria nem de UTI, e isso já é um ganho importante que conseguimos com a imunização. Os casos têm sido mais leves”. Ricristhi Gonçalves Secretária executiva de Vigilância da Sesa
Diante desse perfil de pacientes, Ricristhi frisa que a principal estratégia a ser adotada pelo Estado e pelos municípios como preparação para 2022 é fortalecer as unidades de atenção primária, como postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
A escalada precoce do número de pacientes com síndromes gripais no Estado, sejam por influenza, sejam por outros vírus respiratórios, tem como principal acelerador relaxamento das medidas sanitárias, como destaca a secretária.
“São doenças muito transmissíveis, se disseminam muito rápido, principalmente pelas novas cepas, que encontram maior população suscetível. E as pessoas não estão utilizando máscara, higienizando as mãos”, lamenta.
Busca por atendimento
Pela dificuldade em perceber a diferença entres os sinais da gripe e da Covid-19, o consultor de vendas William Duvale, de 27 anos, buscou o Hospital São Mateus nesta semana. “O meu quadro foi de febre, como primeiro sintoma, depois uma dor de garganta e aí foi piorando no dia seguinte”, detalha.
William recebeu o diagnóstico de gripe depois do teste negativo para infecção por coronavírus. Apesar da imunização completa contra o vírus da pandemia, o jovem não recebeu a vacina da Influenza. “Fiquei dois dias de cama, os sintomas começaram (a se intensificar) na segunda (27) madrugada”.
Na casa em que vive com os dois primos, todos adoeceram pela doença. Os sintomas da gripe atingiram William por último.
“Você não sabe do que se trata, está nessa questão das novas variantes da gripe e da Covid e não sabemos bem discernir qual o sintoma. Você fica nervoso, tanto que quando eu vi que a febre não baixava fui logo no médico”. William Duvale Consultor de vendas
Os sintomas gripais ainda se manifestam com intensidade para a engenheira de produção Lidjia Raposo, de 23 anos. “Começou dia 15 em uma gripe com sintomas leves: dor de garganta, nariz congestionado, mas principalmente muita dor de cabeça”, lembra.
A partir daí, Lidjia buscou atendimento em vários hospitais da rede particular, mas enfrentou dificuldades pela quantidade de pacientes, “todos tinham em média 30 pessoas na frente”. Dia 27 voltei pra emergência bem pior, com uma tosse muito carregada, nariz congestionado e muita dor no corpo”.
Com os hospitais lotados, Lidjia procurou uma consulta por teleatendimento e fez o exame para a Covid-19, por iniciativa própria, que descartou a contaminação por coronavírus.
“Ninguém adoeceu, todos tomaram vacina da gripe menos eu, porque no dia estava viajando”, comenta sobre a família formada pelos pais e dois irmãos vivendo na mesma casa.
Por causa da Influenza, a jovem está com início de pneumonia e mantém o tratamento com antibióticos enquanto se prepara para intercâmbio nos Estados Unidos em fevereiro do próximo ano. “Fica o medo de ter lockdown de novo, mas sou bem confiante na vacina”, pondera.
Testes de influenza
O cenário de aumento de casos de gripe se expressa muito mais pela demanda nas unidades de saúde do que por testagem, já que, ao contrário da Covid, nem todo paciente com influenza é identificado oficialmente pelo sistema de saúde.
Ricristhi explica que, diariamente, são enviadas pelas “unidades sentinelas” ao Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) apenas 5 amostras de pacientes para identificação do agente causador da síndrome gripal, para serem subtipadas.
“Não fazemos testes em todos, porque o exame de influenza é mais complexo, não está na rotina das unidades. As sentinelas já são próprias para atender pessoas com síndromes gripais, coletar amostras e notificar os casos”, frisa a secretária.
Pessoas hospitalizadas com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ou que evoluíram para óbito devido ao quadro gripal também têm amostras enviadas para identificar influenza e o subtipo (A H1N1, A H3N2, B etc.)
Onde fazer testes de Covid em Fortaleza
- Centro de Testagem para Viajantes no Aeroporto de Fortaleza;
- Centro de Testagem para Viajante na Rodoviária de Fortaleza;
- Praça do Ferreira (antigo Excelsior Hotel), sem necessidade de agendamento;
- Drive-thru no Hospital Geral (HGF) e no RioMar Kennedy, com agendamento;
- 116 postos de saúde da cidade.
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