Como o título do Ceará sobre o Sport consolida mudança de protagonismo no nordeste
Ceará e Fortaleza têm assumido protagonismo na Região que, historicamente, sempre foi dos times de Bahia e Pernambuco
O título do Ceará na Copa do Nordeste, sobre o Sport, lá dentro da Ilha do Retiro, é simbólico por vários aspectos. Um deles é que representa a consolidação de uma mudança de eixo do futebol nordestino, com o Futebol Cearense cada vez mais protagonista.
Historicamente, Bahia e Pernambuco sempre foram os estados mais protagonistas na Região. Na geopolítica do futebol brasileiro, eram vistos pelo eixo Sul/Sudeste como os maiores expoentes. Tanto que o Bahia foi membro fundador do Clube dos 13, em 1987, o qual o Sport entrou em 1997, o que sempre garantiu uma vantagem financeira/política da dupla sobre os demais nordestinos.
Consequentemente, possibilitando maior competitividade, participações relevantes em torneios nacionais e internacionais, obtenção de títulos de maior proporção etc.
Mas isso tem mudado. O último título do Sport no Nordestão foi em 2014, sobre o Ceará, no Castelão. Naquele ano, o Rubro-Negro conquistava o Tri, enquanto o Alvinegro jamais havia sido campeão. De lá pra cá, perdeu 2 finais (uma para Fortaleza e outra para Ceará). Hoje, Ceará e Sport estão empatados.
Nas últimas 10 edições de Copa do Nordeste, o Futebol Cearense chegou em 7 finais e venceu 5x (3 do Ceará e 2 do Fortaleza).
Nos últimos 5 anos, o futebol cearense chegou em todas as finais, sendo campeão em 4. Neste período, o Vitória-BA, por exemplo, que é tetracampeão regional, não chegou nenhuma vez na final.
Desde 2018, o futebol cearense é o único com ao menos um representante na Série A do Campeonato Brasileiro – foram 4 anos com Ceará e Fortaleza.
O Fortaleza é o primeiro time do Nordeste a participar de 2 Libertadores seguidas. Nos pontos corridos da Série A, quebrou vários recordes.
FINANÇAS
No aspecto econômico, resultados também relevantes. Antes do déficit este ano, por conta do rebaixamento, o Ceará havia apresentado superávit por 7 anos seguidos. Já em 2023, o Fortaleza registrou a maior receita e superávit da história do futebol nordestino.
Ambos possuem endividamentos controlados e menores que os principais rivais da Região.
Detalhe: tudo isso sem Clube dos 13 ou SAF.
Já são vários sinais ao longo dos últimos anos.
Não é difícil constatar que o eixo do futebol nordestino está mudando. Não é uma mudança simples, e até por isso não é bem aceita nos estados acostumados com a hegemonia regional, mas é um fato. Goste você ou não.
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