Acusado de ordenar Chacina das Cajazeiras é condenado a 28 anos por chefiar facção criminosa
Francisco de Assis Fernandes da Silva, o ‘Barrinha’, tem extensa ficha criminal. Ele foi preso em Recife, levando uma vida de luxo, conforme a Polícia Civil do Ceará
Um dos principais chefes de uma facção criminosa originária no Ceará e apontado como um dos mandantes da Chacina das Cajazeiras. Francisco de Assis Fernandes da Silva, o ‘Barrinha’, foi condenado a 28 anos e 11 meses de prisão. O homem foi sentenciado pelos crimes de organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, receptação e uso de documento falso.
‘Barrinha’ está detido em uma unidade prisional de segurança máxima. A decisão pela condenação foi proferida na Vara de Delitos de Organizações Criminosas e divulgada no Diário da Justiça da última sexta-feira (9).
O juiz negou ao réu apelar em liberdade, alegando que “sua liberdade provisória trará concretos prejuízos à garantia da ordem pública” e “que persistem os motivos que ensejaram a prisão cautelar”. Barrinha foi preso em abril de 2019, enquanto levava uma vida luxuosa na cidade de Recife, em Pernambuco.
O acusado foi preso em uma operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e do Departamento de Inteligência Policial (DIP), da Polícia Civil do Ceará (PCCE). A reportagem não localizou os advogados de defesa dele.
Na ocasião, foi apreendido com ele um anel templário, símbolo de liderança da facção local. ‘Barrinha’ teria confessado que foi para Pernambuco depois que os comparsas suspeitos de envolvimento na Chacina das Cajazeiras foram detidos.
FICHA CRIMINAL
Conforme investigações da Polícia Federal (PF), a primeira passagem de ‘Barrinha’ por um presídio federal o levou a conhecer o paraibano Ednal Braz da Silva, o ‘Siciliano’, os quais decidiram instalar uma facção no Ceará. Os dois juntamente com ‘Tiago Magão’, além de Marcos André Silva Ferreira, o ‘Branquinho’, Yago Steferson Alves dos Santos, o ‘Gordão’, e Deijair de Souza Silva, o ‘De Deus’, são os proprietários dos anéis templários.
A Draco aponta que Francisco de Assis Fernandes da Silva tinha poder de gestão acerca dos pontos de droga da facção. Ele teria confessado ser autor da ideia dos anéis templários confeccionados e distribuídos entre os sete conselheiros da organização.
Ao total, ‘Barrinha’ acumula 12 passagens pela polícia cearense, por crimes como homicídio, sequestro, roubo e organização criminosa.
Quando foi preso pela última vez, o homem estava em posse de armas de fogo e um documento de identidade falso, em nome de John Lucca Braz da Silva. Posteriormente, policiais apreenderam mais armas e munições escondidas embaixo do carpete do banco do motorista do veículo do réu.
A CHACINA
A ação penal que apura o episódio conhecido como ‘Chacina das Cajazeiras’ permanece em trâmite no Poder Judiciário. O ataque da facção à festa que acontecia no Forró do Gago (que era conhecida por reunir membros de uma facção rival), em Fortaleza, no dia 27 de janeiro de 2018, deixou 14 pessoas mortas – a maioria delas sem antecedentes criminais. Os autores da matança atiraram a esmo e deixaram um rastro de sangue no clube e nos arredores.
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