Brasil atinge 500 mil mortes por Covid-19 na pandemia; Ceará acumula 22 mil óbitos
Há um ano, ainda na primeira onda, país tinha 50 mil mortes
O Brasil ultrapassou, na tarde deste sábado (19), a trágica marca de 500 mil pessoas mortas por causa da Covid-19. O painel epidemiológico do Ministério da Saúde, atualizado após as 17h, contabiliza 500.800 brasileiros vítimas da doença. Em relação à sexta-feira (18), foram 2.301 novos registros.
Mesmo sem a apresentação oficial, quando o painel ainda mostrava 498.499 óbitos, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reconheceu o dado, em sua conta numa rede social, e se pronunciou sobre o acontecimento na tarde de hoje.
“500 mil vidas perdidas pela pandemia que afeta o nosso Brasil e todo o mundo. Trabalho incansavelmente para vacinar todos os brasileiros no menor tempo possível e mudar esse cenário que nos assola há mais de um ano. Presto minha solidariedade a cada pai, mãe, amigos e parentes, que perderam seus entes queridos”, escreveu o ministro da Saúde no Twitter.
No Ceará, foram 22.043 vidas perdidas para a doença desde o início da pandemia até as 11h deste sábado, de acordo com a plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). O número representa 4,4% do total nacional.
Com a atualização, o Brasil se tornou o segundo país do mundo a ultrapassar os 500 mil mortos. No dia 15 de junho, os Estados Unidos superaram os 600 mil óbitos. Contudo, mais de 148 milhões de norte-americanos (45% da população) já foram imunizados e, para eles, o uso de máscaras já foi dispensado.
No Brasil, apenas 11,4% da população foi imunizada completamente em cinco meses de campanha: são cerca de 24 milhões de brasileiros vacinados com as duas doses. Diante da lentidão no processo, especialistas temem a ocorrência de uma terceira onda da enfermidade.
Condolências às famílias
O governador do Estado, Camilo Santana, também lamentou o fato através das redes sociais.
“Minha solidariedade às famílias das mais de 500 mil vidas perdidas na pandemia. Que as profundas feridas deste momento sejam transformadas em força e coragem para nosso povo superar toda dor e lutar para ter de volta o nosso Brasil, justo e solidário. Nenhum mal dura para sempre! Camilo Santana Governador do Ceará
O Ceará também acumula 864.529 casos confirmados da doença, de acordo com o IntegraSUS. Em todo o Brasil, já foram 17.822.659 ocorrências.
Na última semana, o País teve cerca de 2 mil mortos por dia pelo Sars-CoV-2. A média diária de novos casos está em torno de 70 mil. O último número de novos casos da doença registrado no site do Ministério da Saúde é também o recorde de confirmações em um dia: 98.832.
Histórico no Brasil
O primeiro registro da doença no país ocorreu em fevereiro de 2020. A primeira morte ocorreu um pouco depois, em 12 de março: a empregada doméstica paulistana Rosana Urbano, de 57 anos.
Desde então, o País vive um aumento exponencial. Em 21 de junho de 2020, eram pouco mais de 50 mil vítimas, segundo o Ministério da Saúde. Um ano depois, foram mais 450 mil vidas perdidas.
21 de junho de 2020: 50.617
8 de agosto de 2020: 100.477
7 de janeiro de 2021: 200.498
24 de março de 2021: 300.685
29 de abril de 2021: 401.186
19 de junho de 2021: 500.022
A aceleração de mortes em 2021 é apontada pelas autoridades de saúde como ação das novas variantes do coronavírus, sobretudo a P1 de Manaus, mais transmissível e mais agressiva por apresentar maior carga viral.
Falta de direcionamento
A condução da pandemia pelo Governo Federal é o ponto mais criticado por especialistas em saúde pública. Apesar de todas as evidências científicas disponíveis, o presidente Jair Bolsonaro subestimou o perigo da doença desde o início, quando a chamou de “gripezinha”.
Além disso, promoveu aglomerações sem uso de máscara; defendeu o tratamento precoce e o uso de cloroquina e outros remédios do “kit Covid” contra a doença, ainda que os métodos não encontrem respaldo na ciência; e lançou desconfiança sobre as vacinas que comprovadamente podem diminuir o risco de morte.
Todas essas ações são alvo de investigação da CPI da Covid instalada no Senado Federal, que já apontou a omissão do Ministério da Saúde na crise em Manaus, quando hospitais ficaram sem oxigênio para doentes internados; e a recusa à oferta de milhões de doses de vacina da farmacêutica Pfizer.
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