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Vírus de Marburg, considerado ‘primo’ menos mortal do Ebola, é detectado na África

Um homem morreu em Guiné no dia 2 de agosto após contrair o vírus, que causa febre alta e hemorragia interna e externa

Considerado o “primo” um pouco menos mortal que o Ebola, o vírus de Marburg foi detectado em Guiné, país da África Ocidental e confirmado nessa segunda-feira (9). O vírus se manifesta com febre alta, acompanhada de hemorragia externa e interna e com mortalidade média de 50%.

O caso registrado em uma cidade no sul da Guiné, na fronteira com Serra Leoa e Libéria, é de um homem que morreu no dia 2 de agosto após o aparecimento dos sintomas em 25 de julho, informou a Organização Mundial da Saúde.

As autoridades do país monitoram cerca de 155 contatos próximos. Destes, três membros da família do paciente falecido e um profissional de saúde foram determinados como contatos de alto risco e são  acompanhados de perto. 

O vírus de Marburg foi detectado apenas dois meses depois que a Guiné, um dos países mais pobres do mundo, declarou o fim da epidemia de Ebola.

A mais recente epidemia da Ebola eclodiu no país no início do ano, deixando doze mortos. A vigilância nas fronteiras foi reforçada

Onde surgiu o vírus de Marburg?

Esse vírus, antes conhecido como febre hemorrágica de Marburg, foi batizado pela cidade alemã onde foi detectado pela primeira vez, em 1967, em um laboratório cuja equipe estava em contato com macacos com a doença, importados de Uganda. 

No mesmo ano, dois outros surtos foram detectados em laboratórios em Frankfurt, Alemanha e em Belgrado (Iugoslávia, hoje Sérvia). Sete pessoas morreram da doença.

Transmissão

O vírus faz parte da família dos filoviridae (filovírus), como o Ebola (com o qual compartilha muitas características), e é transmitido ao homem por meio de morcegos frugívoros (rousettus), geralmente considerados hospedeiros naturais desse vírus. 

É transmitido entre humanos por contato direto com fluidos corporais de pessoas infectadas, ou com superfícies ou materiais, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Sintomas 

Os primeiros sintomas da doença do vírus de Marburg são dores musculares, dor de cabeça e conjuntivite, seguidos por dor de garganta, vômitos, diarreia, erupções cutâneas e sangramento

Isso torna difícil distinguir essa doença de outras condições, como malária, febre tifoide, cólera ou outras febres hemorrágicas virais. 

A doença tem um período de incubação de 2 a 21 dias, segundo a OMS, e depois se manifesta repentinamente, com febre forte, dores de cabeça intensas e grande mal-estar.

Qual é o tratamento contra o vírus? 

Não há vacina ou qualquer tratamento aprovado até o momento. De acordo com a OMS, vários tratamentos baseados em hemoderivados, imunoterapia e tratamentos com medicamentos estão sendo desenvolvidos. 

A reidratação oral ou intravenosa e o tratamento de sintomas específicos melhoram a taxa de sobrevivência. 

Mas é um vírus particularmente mortal, com uma média de uma morte em cada dois casos. A taxa de mortalidade variou de 24% a 88% durante epidemias anteriores, dependendo da fonte viral e do manejo do caso.

Como frear uma eventual pandemia? 

“Para prevenir a propagação massiva do vírus Marburg, deve-se agir agora”, disse Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para a África. 

Para isso, o pesquisador e chefe do departamento de virologia do Instituto Pasteur de Dakar, Ousmane Faye, considera que “a vigilância deve ser reforçada, identificando todos os contatos próximos para poder isolá-los caso desenvolvam a doença, evitando assim a transmissão “

Epidemias anteriores

Na África, epidemias anteriores de Marburg e casos esporádicos ocorreram na África do Sul, Angola, Quênia, Uganda e República Democrática do Congo.

O cenário mais grave até agora ocorreu em 2005, no norte de Angola, e deixou 329 mortos entre 374 pessoas infectadas.

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Marcio Sousa

Editor chefe, Radialista profissional e Diretor de Programação da Taperuaba 98,7 FM

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