Coronavírus

Vacina Janssen é eficaz contra variante Delta do coronavírus, diz Johnson & Johnson

A empresa também anunciou que o fármaco possui uma resposta imunológica que dura pelo menos oito meses

A Johnson & Johnson anunciou, nesta quinta-feira (1°), que sua vacina de dose única contra o coronavírus, a Janssen, é eficaz contra a variante Delta da Covid-19 e que possui uma resposta imunológica que dura pelo menos oito meses. A variante tem capacidade de transmissão maior do que a cepa original do agente infeccioso, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Acreditamos que nossa vacina oferece proteção duradoura contra a Covid-19 e provoca uma atividade neutralizante contra a variante Delta.” Paul Stoffels diretor científico da J&J

Os anticorpos e as células do sistema imunológico de oito pessoas inoculadas com a vacina da Janssen neutralizaram efetivamente a cepa Delta, identificada pela primeira vez na Índia, conforme os pesquisadores. Um segundo estudo com 20 pacientes vacinados no Centro Médico Beth Israel de Boston teve resultados parecidos. 

Os dados foram submetidos ao bioRxiv, um site de relatórios científicos ainda não publicados, onde os autores “podem colocar suas descobertas à disposição da comunidade científica e receber comentários sobre os rascunhos antes de enviá-los para os periódicos”, segundo o portal.  

O diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Janssen da Johnson & Johnson, Mathai Mammen, relatou que os dados “dos oito meses estudados até agora” mostram que o imunizante  “gera uma forte resposta de anticorpos neutralizantes que não diminui, mas que, na verdade, observamos uma melhora com o tempo”. 

A variante Delta surgiu na Índia em abril e maio e, desde então, disseminou-se pelo mundo todo. 

Um relatório do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) estimou que essa cepa mais contagiosa pode chegar a representar 90% dos novos casos na União Europeia até o final de agosto. 

Variante Delta no Brasil 

O Ministério da Saúde confirmou na última segunda-feira (28) a segunda morte por Covid-19 causada pela variante Delta. Trata-se de um homem de 54 anos, tripulante de um navio atracado no Maranhão. A morte foi notificada na quinta-feira (24). 

No Brasil, segundo informou a pasta, até segunda-feira, foram registrados 11 casos da variante Delta. Seis deles são de um navio que está na costa do Maranhão; há um caso em Campos dos Goytacazes (RJ), um em Juiz de Fora (MG), dois em Apucarana (PR) e um em Goiânia. 

Além da morte do tripulante do navio, a pasta já havia notificado o óbito de uma gestante de 42 anos, no dia 18 de abril, no Paraná. A morte da grávida foi confirmada após o resultado do sequenciamento genético. Na investigação, constatou-se que ela esteve no Japão. 

O Ministério da Saúde não informou detalhes sobre a assistência ao homem de 54 anos que morreu após ter se infectado com a variante Delta. 

VACINAS EFICAZES CONTRA A CEPA

Vários estudos em laboratório mostram que a variante Delta parece mais resistente às vacinas que outras mutações. É o que se conhece como “escape imunológico”. 

De acordo com um estudo, coordenado pelas autoridades britânicas e publicado no início de junho na revista The Lancet, nas pessoas vacinas com as duas doses da Pfizer/BioNTech o nível de anticorpos neutralizantes é quase seis vezes menos elevado na presença da variante Delta que com a cepa originária, usada para desenvolver as vacinas. 

Em comparação, esta redução é de 2,6 vezes a respeito da variante Alpha (“britânica”) e 4,9 vezes ante a variante Beta (“sul-africana”). 

Outro estudo, do Instituto Pasteur na França, conclui que os anticorpos neutralizantes depois da aplicação da vacina Pfizer são de três a seis vezes menos eficazes contra a variante Delta que contra a Alpha.  

De acordo com dados apresentados em junho pelas autoridades britânicas, a vacinação com a Pfizer/BioNTech e com AstraZeneca são igualmente eficazes para impedir a hospitalização tanto para a variante Delta como para a Alpha. 

Duas doses permitem evitar em 96% (para Pfizer/BioNTech) e 92% (para AstraZeneca) a internação pela variante Delta, segundo o estudo com 14 mil pessoas. 

Dados anteriores das autoridades britânicas apresentaram conclusões parecidas para formas menos graves da doença. 

Duas semanas depois da segunda dose, a vacina Pfizer/BioNTech é 88% eficaz contra a forma sintomática da covid-19 devido à variante Delta, contra 93% quando se trata da variante Alpha. A AstraZeneca demonstrou eficácia de 60% e 66% contra estas mutações. 

Os criadores da vacina russa Sputnik V afirmaram em junho no Twitter que seu fármaco era “mais eficaz contra a variante Delta” que qualquer outro, mas não publicaram os dados. 

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Marcio Sousa

Editor chefe, Radialista profissional e Diretor de Programação da Taperuaba 98,7 FM

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