Suspeitos de lavagem de dinheiro, servidor do INSS e empresário são alvos da PF
Esquema criminoso envolvia a ocultação de desvio de recursos dos cofres do INSS, segundo a Polícia Federal
A Operação Frenesi 2, deflagrada na manhã desta terça-feira (30) pela Polícia Federal, cumpre três mandados de busca e apreensão contra um servidor do INSS e um empresário suspeitos de participação em lavagem de dinheiro de crimes previdenciários. As ordens judiciais contra os alvos estão sendo executadas em Fortaleza e Jaguaribe.
Além dos mandados, a 32ª Vara da Justiça Federal determinou ainda o sequestro de valores equivalentes ao aporte financeiro feito pelo servidor do INSS para instruir inquérito policial que apura o esquema criminoso.
Segundo a PF, as investigações iniciaram ainda no ano passado após indícios de que uma empresa recebeu valores de um servidor público do INSS oriundos de fraudes a “centenas de benefícios previdenciários” identificados na Operação Frenesi 1.
“Constatou-se que o servidor do INSS constituiu empresa em sociedade com particular, com vistas à ocultação e dissimulação de valores e percepção de lucros a partir dos recursos desviados dos cofres do INSS, na tentativa de convertê-los em ativos lícitos, bem com incompatibilidade financeira dos rendimentos de servidor público com os investimentos efetuados na empresa”, detalhou a PF sem citar o nome dos envolvidos.
As investigações continuam com análise do material apreendido na operação policial. Os investigados poderão responder pelo crime de lavagem de dinheiro, com pena de três a 10 anos de reclusão.
Operação Frenesi 1
A primeira fase da ofensiva da PF foi desencadeada em junho de 2019, quando o servidor do INSS e o pai dele, apontado como o mentor do esquema, foram presos preventivamente. A irmã dele também foi detida de forma temporária.
Durante as diligências, foram apreendidos R$ 333 mil em espécie, relógios e joias. Somados os bens sequestrados, a PF estipula um valor total de R$ 1 milhão. Mas acredita que é pouco e tem muito mais em nome de ‘laranjas’ – inclusive imóveis em São Paulo.
As fraudes eram cometidas de uma agência do interior do Estado, sem a presença do aposentado. “O servidor vinha alterando os endereços dos beneficiados para o interior do Ceará, nos próprios sistemas do INSS. Eram pessoas da Zona Metropolitana de Fortaleza, não eram trabalhadores rurais”, afirma o delegado federal Cid Saboia Soares.
O dinheiro desviado dos benefícios previdenciários davam ao servidor e à família dele uma vida de luxo com viagens a Dubai, nos Emirados Árabes, e às Ilhas Maldivas, festas, bebidas caras, compras de veículos, relógios e joias de alto valor, apontou a PF à época.
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