Sobral é principal exportador de calçados do País
Com grande representatividade no contexto nacional, o Ceará detém 25% do total das exportações de calçados do País, atrás apenas do Rio Grande do Sul, com fatia de 46,6% do total. Apesar da liderança sulista, o Estado nordestino abriga dois dos três principais municípios exportadores, sendo Sobral o primeiro lugar do Brasil e Uruburetama o terceiro. Os dados constam no Informe nº 117 Análise do Comércio Exterior de Calçados: Brasil e Ceará – 2011 a 2016, divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), elaborado com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
De acordo com o material divulgado pelo Ipece, o município de Sobral exportou, em 2016, US$ 150.362.932, valor que está mais de US$ 50 milhões acima do segundo colocado, Sapiranga (RS), com US$ 100.566.742. Uruburetama, terceiro colocado, exportou US$ 79.422.217.
Apesar da liderança de Sobral – distante do segundo e terceiro colocados -, o valor de 2016 representa uma queda de 3,5% em relação ao total de 2011, quando o município cearense exportou US$ 155.759.815. Na mesma base de comparação, Sapiranga registrou recuo de 19,6% e, Uruburetama, no sentido inverso, apresentou um salto de 84,4% no período. Em 2011, o município exportou US$ 43.069.423.
Outros quatro municípios cearenses figuram entre os principais exportadores calçadistas listados no estudo elaborado pelo Ipece com base nos dados do Mdic. São eles Camocim (US$ 12.778.438); Horizonte (US$ 12.162.196); Quixeramobim (US$ 7.838.215) e Itapipoca (US$ 7.570.697).
O principal estado exportador calçadista em 2016 foi o Rio Grande do Sul, com um valor de US$ 543,1 milhões em 2016. Na sequência aparecem Ceará (US$ 290,8 milhões), São Paulo (US$ 110,4 milhões), Bahia (US$ 70,8 milhões) e Paraíba (US$ 66,4 milhões). Entre 2011 e 2016, as vendas do Ceará, no entanto, tiveram recuo de 20,5%. As do Rio Grande do Sul também retraíram 25,3%.
Expectativa
Um dos responsáveis pelo estudo e analisa do Ipece, Alexsandre Lira, avalia que é difícil analisar como devem ficar os números ao fim de 2017, já que “depende dos contratos que foram feitos lá fora”. Ele também destaca que a atividade não é muito afetada pela crise no Brasil.
“Quando a gente fala de comércio exterior, é importante ver como se comporta o câmbio, porque se o dólar perde valor, prejudica as nossas vendas. Para nós, é importante que o dólar se valorize”, explica Lira, acrescentando que, atualmente, o Ceará tem como destaque os produtos metalúrgicos, devido à Companhia Siderúrgica do Pecém, mas que os calçados continuam sendo importantes para o Estado.
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