Sarto minimiza perda de aliados e aposta em aliança com partidos pequenos para 2024
Até o momento, PSDB, Cidadania, Agir, Avante, PRD, DC, PMN, PMB e Solidariedade estão na base, mas número pode aumentar
Com a restruturação do PDT em curso, o prefeito José Sarto se diz otimista com a construção do arco de aliança para as eleições de outubro. Após o partido virar palco de crises desde 2022, o gestor ajuda a construir uma base ampla em Fortaleza, que já conta com cerca de dez partidos.
São eles: PSDB, Cidadania, Agir, Avante, PRD, DC, PMN, PMB, Solidariedade e outros, conforme informou à Live PontoPoder nessa quinta-feira (15). A diferença em relação a 2020 é que o bloco de sustentação vem bem menos robusto em vantagens eleitorais, com legendas que sequer atingiram a cláusula de barreira no pleito geral de 2022.
É por meio desse dispositivo que é feito o rateio do tempo de rádio e televisão e do Fundo Partidário, necessários para a manutenção e divulgação das atividades das siglas pelo País. O critério é o tamanho da bancada no Congresso: é necessário obter ao menos 2% dos votos para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos nove estados, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um; ou eleger pelo menos 11 deputados federais, distribuídos em pelo menos nove estados.
Por isso, surgem modalidades de associações como as federações partidárias, a fim de fortalecer siglas menores. É o caso da união PSDB/Cidadania, que compõe a base de Sarto e que acomoda o vice-prefeito Élcio Batista.
Mesmo sem agregar tantos recursos partidários e tempo de TV e rádio, Sarto avalia como positiva a nova composição do bloco e projeta mais adesões.
“Há outras possibilidades, tem partidos que estão olhando o que vai acontecer. Até porque hoje, para a lei, o que importa é a quantidade de deputados federais, e quem consegue eleger bancada federal ou é prefeitura, ou é governo, então certamente virá (mais) alguém”, indica o gestor.
O movimento pode ajudar a reforçar a campanha pedetista à Prefeitura de Fortaleza e a atual gestão municipal. “Eu tô muito otimista porque, primeiro, Fortaleza e Aracaju são as duas capitais que o PDT prioriza e, nesse ranqueamento, pelo que representa para o Brasil e o Norte e Nordeste, Fortaleza certamente será a capital onde vai contar com o apoio mais explícito (do partido)”, avalia.
“Nós estamos expandindo as nossas fronteiras. […] Acredito que a gente vai sair desse processo muito melhor qualificados. Essa coisa de ter muita gente (filiada ao mesmo partido) termina, por vezes, dificultando debates que são essenciais, e sempre há tempo para correção de caminhos”, analisa, ainda.
Em meio às disputas em torno do PDT, o prefeito viu um bloco de oposição se reestruturar na Câmara Municipal com antigos aliados, como Léo Couto (do PSB, que chegou a ser seu vice-líder), Júlio Brizzi (PDT) e Ana Paula Brandão (PDT), e passou a enfrentar embates mais profundos para aprovar políticas importantes de gestão.
Ele reitera que os parlamentares citados já faziam uma certa oposição ao seu mandato, mas acredita que as cisões e reconstruções são importantes para esse novo momento do PDT em todo Estado e da sua administração.
“As crises se apresentam como uma boa oportunidade para que a gente possa provar as nossas inquietações ideológicas e a nossa programação”, diz o prefeito.
NOVA ROTA
Sarto ainda cita filiações em curso no interior e na Região Metropolitana de Fortaleza, como a do deputado estadual Lucinildo Frota, que trocou o PMN pelo PDT para disputar a Prefeitura de Maracanaú na oposição.
O reforço chega em boa hora, já que o partido pode perder dez representantes na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) para legendas da base governista estadual. O movimento já está gerando crises mais visíveis no Parlamento, a exemplo da disputa pela liderança da legenda em meio ao impasse sobre desfiliações.
Em todo o Estado, sob coordenação de Roberto Cláudio e Flávio Torres, o PDT mantém dez prefeituras e pretende lançar ao menos 40 candidatos a prefeitos, de acordo com o prefeito. Já em Fortaleza, o grupo busca reforçar a bancada com a filiação de vereadores. A janela partidária, entre março e abril, promete mudanças nesse sentido.
Ao menos nove parlamentares da Câmara Municipal (CMFor) devem migrar de partido. Até o momento, Ana do Aracapé (PL), Fábio Rubens (PSB) e Kátia Rodrigues (Cidadania) já foram apontados como reforços pedetistas.
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