Policial militar é investigado por agredir namorada e a mãe dela dentro de igreja em Fortaleza
Conforme depoimento da vítima, o cabo costumava ameaçar ela, familiares e amigos caso o relacionamento terminasse
Um cabo da Polícia Militar do Ceará (PMCE) é investigado por agredir a namorada e a mãe dela dentro de uma igreja, em Fortaleza. Conforme publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) resolveu instaurar sindicância administrativa para apurar o caso.
Consta na publicação dessa sexta-feira (3) que a ocorrência foi registrada em novembro de 2020, no bairro Carlito Pamplona. O PM chegou a ser preso em flagrante e conduzido para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). A prisão dele foi convertida em preventiva, e após pedido da defesa a Justiça concedeu habeas corpus ao suspeito.
As agressões aconteceram quando as vítimas saíam de um culto. O militar teria ligado para a namorada e ela disse que não poderia atender, porque estava na igreja. Quando a cerimônia terminou o policial já estava no local, exaltado e a discussão começou.
Pessoas que presenciavam a cena tentaram intervir e uma viatura da PMCE foi acionada. Na versão da companheira do policial, o namorado ainda tentou puxar a arma contra os outros colegas que chegaram na viatura. O cabo nega e diz que sua intenção era a autoproteção.
“SE ALGUÉM OLHAR PARA TI HOJE EU MATO”
Já na delegacia, a vítima teria contado que o namorado policial era um homem perigoso, transtornado e que ela e a família já vinham sendo ameaçadas há semanas, desde quando tentou terminar o relacionamento. A mulher, de identidade preservada, chegou a dizer que o namorado era ciumento e que sempre dizia que ela estava o traindo e pensando em outros homens: “Um dia ele disse: se alguém olhar para ti hoje eu mato”.
Ainda em depoimento prestado aos investigadores, a mulher contou que em determinada ocasião teve o dedo machucado pelo cabo, quando ele exigiu que ela desbloqueasse o celular. Quando anunciou o fim do namoro, passou a ser manipulada e receber fotos e mensagens do companheiro apontando uma arma para a própria cabeça questionando: “vai fazer mesmo isso comigo?”, segundo ela.
Para o Ministério Público do Ceará (MPCE), a prática imputada ao suspeito revela conduta grave e que demonstra o acusado ser pessoa “altamente agressiva e psicologicamente transtornada”. Após o episódio de agressão na igreja a vítima pediu concessão de medida de urgência para que PM não se aproximasse mais dela.
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