Policiais civis fazem assembléia na quinta e podem suspender atividades no domingo de eleições na Capital
Policiais civis vão realizar na próxima quinta-feira (27) uma assembléia-geral para decidir os rumos de seu movimento em busca de melhorias para a categoria. Os servidores não descartam a possibilidade de uma paralisação das atividades nos próximos dias, inclusive no dia das eleições (30).
A classe está em estado de greve há vários meses e montou um acampamento na porta do Palácio da Abolição, no bairro Meireles, em Fortaleza, na tentativa de ser recebida pelo governador Camilo Santana (PT). No entanto, o Governo Estadual fechou as portas para qualquer negociação com a categoria e tem recorrido à Justiça para barrar as estratégias dos servidores, como greve ou suspensão de serviços.
Os servidores da Segurança Pública reclamam dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho. As delegacias continuam abarrotadas de presos da Justiça, impedindo o regular funcionamento das unidades, já que os policiais são desviados de suas funções para custodiar os detentos e, assim, evitar fugas e motins.
Há duas semanas, o governo anunciou a retirada de todos os presos dos xadrezes das DPs. No entanto, o trabalho ficou no meio do caminho. Apenas cerca de 250 detentos dos quase 600 que estavam nas delegacias foram recambiados para uma unidade do Sistema Penitenciário, em Caucaia. Logo no fim de semana seguinte, com diversas prisões em flagrante, o número voltou a ser o anterior às transferências.
Sem dinheiro
À exemplo dos demais servidores estaduais, os policiais civis (escrivães e inspetores) não tiveram recomposição de salários neste ano. Além disso, reclamam da brutal diferença de vencimentos com a classe dos delegados, que ganham até quatro vezes mais, se comparados os ganhos de profissionais de ambas as categorias em começo de carreira.
Outro problema dos policiais são as péssimas condições de trabalho. Coletes à prova de balas com prazo de validade vencido, viaturas com cota baixíssima de combustível, delegacias sem reforma há anos e até falta de munição para o enfrentamento à criminalidade, além de escalas que obrigam até mulheres a ficarem sozinhas em plantões noturnos ou de fim de semana nas delegacias cuidando de dezenas de presos de alta periculosidade.
O Governo chegou a emitir uma Nota Oficial informando que não entende a razão do movimento dos policiais civis.
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