PM acusado de matar vizinho e tentar matar outro homem vira réu
O subtenente foi preso em flagrante há quase um mês, em Fortaleza
O subtenente da Polícia Militar do Ceará (PMCE), Reginaldo Alves da Silva, de 52 anos, agora é réu no Judiciário Estadual. O magistrado da 2ª Vara do Júri decidiu acolher denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) que aponta o militar como responsável pela morte do vizinho Diogo dos Santos Lima e por outra tentativa de homicídio contra um amigo de Diogo na mesma ocasião.
O juiz Antonio Josimar Almeida Almeida Alves proferiu, na última terça-feira (7), a decisão destacando concordar com as qualificadoras presentes na denúncia. Para o MP, o acusado cometeu crime por motivo torpe quando decidiu que as vítimas se pareciam com criminosos sem direito de viver. Consta nos autos que a execução aconteceu a partir do uso de recurso que impossibilitou defesa da vítima.
“Verifica-se que a denúncia expõe satisfatoriamente o fato criminoso, as circunstâncias constitutivas das qualificadoras, constando ainda a qualificação devida do denunciado, a classificação do crime perpetrado e o rol de testemunhas a serouvido. Nesse sentido, verifico que o caso não se amolda às hipóteses de inadmissibilidade prematura da inicial acusatória, razão pela qual dou seguimento à persecução penal”, disse o magistrado.
O crime aconteceu no bairro Paupina, no último dia 6 de novembro. Testemunhas disseram que o PM estava de folga e a paisana quando avistou os dois jovens em uma motocicleta e decidiu abordá-los. Diogo informou que estava no local para pegar um documento em sua casa, e ele e o amigo levantaram a blusa para mostrarem que não estavam armados. Mesmo assim, Reginaldo disparou a arma de fogo, matando Diogo e baleando o outro jovem na panturrilha da perna direita.
A partir da data do recebimento da denúncia, o subtenente tem prazo de até 10 dias para apresentar defesa.
FAMA DE VALENTÃO
Na acusação, o MP expôs que o subtenente tem fama na sua vizinhança de ser ‘valentão’ e que já teria tentado matar a tiros o próprio sobrinho. No dia dos crimes, a PM foi acionada e precisou negociar com o colega de farda. Apenas uma hora após conversas, o suspeito se entregou.
O Ministério Público também chegou a pedir acesso aos dados telefônicos de Reginaldo Alves alegando que perícia no aparelho possibilitaria verificar eventuais dados que auxiliassem na ampla elucidação do crime. O pedido foi deferido pelo juiz,que autoriza o acesso e análise dos dados constantes na memória do telefone apreendido em poder do investigado.
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