PF prende mulher que pichou estátua da Justiça, em operação contra atos do 8 de janeiro
Durante oitava fase da operação, agentes cumprem 32 mandados de prisão contra investigados pelos atos terroristas de janeiro, em Brasília
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta sexta-feira (17), a mulher apontada como responsável por pichar a estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal (STJ), com a frase “perdeu, mané”. Ela é um dos alvos da oitava fase da Operação Lesa Pátria, que visa prender 32 investigados pelos atos terroristas do dia 8 de janeiro, quando as sedes dos três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília.
Também foi preso na ofensiva o homem apontado como responsável por levar, da Câmara dos Deputados, a bola assinada pelo jogador Neymar.
Agentes vasculham 46 endereços nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo, e no Distrito Federal.
Em volume de mandados, esta é a maior etapa ostensiva do inquérito. As ordens de prisão e autorizações de busca e apreensão foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os investigados podem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
FASES DA OPERAÇÃO LESA PÁTRIA
A primeira fase da Operação Lesa Pátria, no dia 20 de janeiro, prendeu cinco suspeitos de participação, incitação e financiamento nos atos. Entre eles ‘Ramiro dos Caminhoneiros’, Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e Soraia Baccio.
Na segunda etapa da força-tarefa, policiais prenderam, em Uberlândia (MG), o extremista Antônio Cláudio Alves Ferreira, filmado destruindo um relógio histórico no Palácio do Planalto.
A terceira fase da operação prendeu cinco pessoas, incluindo a idosa Maria de Fátima Mendonça, de 67 anos, que viralizou ao dizer em um vídeo que ia ‘pegar o Xandão’. O sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, conhecido como Léo Índio, foi alvo de buscas na mesma etapa.
No dia 3 de fevereiro, a PF abriu a quarta fase ostensiva da investigação e prendeu o empresário conhecido como Márcio Furacão, que se filmou ao participar da invasão ao Palácio do Planalto, e o sargento da Polícia Militar William Ferreira da Silva, conhecido como ‘Homem do Tempo’, que fez vídeos subindo a rampa do Congresso Nacional e dentro do STF.
Na quinta etapa da operação, quatro oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal foram presos suspeitos de convivência com os bolsonaristas radicais que invadiram os prédios do Planalto, Congresso e STF. Um deles é o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, que era chefe do Departamento Operacional da corporação, setor responsável pelo planejamento da operação de segurança para o 8 de janeiro. Ele estava de licença no dia do ataque e foi afastado do cargo pelo então interventor federal Ricardo Cappelli.
A sexta fase da ofensiva foi aberta no último dia 14 e prendeu preventivamente seis radicais, além de vasculhar 13 endereços de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Sergipe e São Paulo.
A sétima fase foi no dia 7 de março e prendeu três radicais: Edmar Miguel, o ‘Miguel da Laranja’ que se filmou subindo no teto do Congresso nacional durante a ofensiva antidemocrática; Kennedy de Oliveira Alves, que fez um vídeo enquanto invadia o prédio do STF; e Aline Cristina Monteiro Roque, que também se gravou invadindo a Praça dos Três Poderes durante os atos terroristas.
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