Paulo Gustavo morre, aos 42 anos, após embolia provocada por complicação da Covid
Ator estava internado desde o último dia 13 de março
O ator e humorista Paulo Gustavo morreu, aos 42 anos, na noite desta terça-feira (4), em decorrência de complicações da Covid-19. Em comunicado da família e equipe médica do artista, a confirmação do falecimento se deu após relatórios recorrentes apontando quadro grave durante tratamento da doença.
Conforme a nota, o falecimento ocorreu às 21h12. Artista estava internado em UTI de uma unidade de saúde do Rio de Janeiro.
“Em todos os momentos de sua internação, tanto o paciente quanto os seus familiares e amigos próximos tiveram condutas irretocáveis, transmitindo confiança na equipe médica e nos demais profissionais que participaram de seu tratamento. A equipe profissional que participou de seu tratamento está profundamente consternada e solidária ao sofrimento de todos”, diz o texto.
Boletim médico da tarde desta terça já indicava que o quadro de saúde do ator era considerado irreversível.
No domingo, a equipe médica relatou uma embolia gasosa disseminada no ator, que causou insuficiência cardíaca e lesões cerebrais.
Paulo Gustavo foi internado ainda no dia 13 de março, em um hospital particular no Rio de Janeiro, após testar positivo para o vírus. De início, as respostas aos cuidados médicos transcorriam bem, mas o artista precisou ser entubado para recorrer à ventilação mecânica.
Na ocasião, a equipe responsável atualizou a situação ao informar que o ator “estava consciente de seu estado”, ressaltando na ação como necessidade de prevenção. Ainda assim, a entubação aconteceu dias após sinais de melhora nos pontos “clínico, laboratorial e tomográfico”.
Caso de extrema gravidade
Ao longo de todo o tratamento, os médicos responsáveis pelo acompanhamento de Paulo Gustavo ressaltaram que a situação era grave. O último boletim, inclusive, citou uma melhora seguida de uma nova piora grave, com a constatação de uma embolia gasosa.
Segundo informações oficiais, os novos exames administrados em Paulo Gustavo haviam revelado uma fístula broncovenosa, condição configurada por uma abertura entre os pulmões e as veias.
Conforme a médica angiologista Juliana Alfaia, a embolia gasosa ocorre com o “deslocamento de uma molécula de gás, geralmente pela formação de trajetos anômalos, denominados de fístulas”.
“Ele teve uma fístula broncovenosa, que vem dos brônquios e bronquíolos, que são as unidades funcionais do pulmão. É onde o sangue chega sem muito oxigênio e carregado de gás carbônico, e consegue fazer as trocas gasosas. Juliana Alfaia Médica angiologista
Ainda segundo a especialista, o caráter da Covid-19, que causa uma extrema inflamação no corpo de pessoas infectadas, desencadeia problemas que passam por todo o corpo e, especialmente, no pulmão.
“As unidades funcionais do pulmão ficam prejudicadas pela existência de micro-trombos, que dificultam o processo de troca gasosa no corpo humano. Então, em um paciente com Covid, significa a obstrução de outros órgãos importantes”, explica.
Evolução da doença
Entre as evoluções, positivas e negativas, ele foi submetido ao tratamento com ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) durante semanas, possuindo uma espécie de pulmão artificial. Para especialistas, a técnica é uma das melhores disponíveis atualmente para aplacar os efeitos da infecção por Covid.
Logo depois, ele apresentou, de fato, melhora progressiva. No entanto, voltou a passar por procedimento para evitar novos problemas de saúde.
No dia 9 de abril, por exemplo, o ator foi encaminhado a uma “toracoscopia para correção de uma fístula bronco-pleural”, que significa uma comunicação fora de ordem entre os brônquios e a pleura. Com sucesso, os médicos voltaram a indicar quadro grave, mas estável.
Além disso, segundo os próprios familiares do artista, ele recebeu transfusões de sangue durante o período intubado. A medida ocorreu após o ator ter perdido sangue ao ficar anticoagulado durante a internação no hospital.
Familiares estavam positivos
Thales Bretas, marido de Paulo Gustavo, usou frequentemente as redes sociais para informar qual o estado do artista. Em contato direto com os fãs, o dermatologista trazia mensagens positivas em relação ao tratamento, mas sempre pediu orações constantes.
“Hoje o amor a minha vida tomou mais um passo na cura da infecção pela Covid-19. Foi sedado e intubado para que a cura consiga se estabelecer nos seus pulmões sem cansá-lo tanto com a falta de ar que o incomodava”, disse na primeira publicação, em março, comentando sobre a intubação.
Em seguida, em outras publicações no Instagram, Thales falou sobre o amor entre os dois e a espera dos dois filhos. “Eu falei que vamos ficar velhinhos juntos! E assim que vamos comemorar nossas bodas de ouro! Tenho certeza!”, chegou a escrever em um dos comunicados oficiais.
A mãe de Paulo Gustavo, Déa Lúcia, também recorreu às redes sociais para ressaltar o carinho com o filho logo após a internação. Em um vídeo de uma apresentação, ela pediu pela pronta recuperação.
“Meu filho, volta rápido… O palco e seus fãs estão esperando saudosos. Estou com muitas saudades. Te amo”, disse ela. Entretanto, a tristeza com a partida do filho não foi externada até o momento pela Internet. Nos comentários, amigos e familiares deixaram, a todo momento, pedidos de força.
Procedimentos invasivos
Dias antes da confirmação da morte do artista, a equipe médica apontou diversas complicações pulmonares no quadro de saúde de Paulo Gustavo.
Em nota, procedimentos invasivos como broncoscopias, pleuroscopias e colocação de dispositivos intrapulmonares foram citados, também reiterando o empenho dos profissionais de saúde diante da busca pela recuperação do comediante.
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