Mais de 100 crianças são atendidas por dia com síndromes gripais em UPAs de Fortaleza
Influenza, coronavírus e o vírus sincicial respiratório têm circulado de forma intensa entre os pequenos
Coriza, tosse, “moleza no corpo”, falta de apetite. Os sintomas clássicos de gripe têm levado uma média de 112 crianças por dia às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Fortaleza, neste mês de abril.
Até o dia 23, quando os registros foram atualizados, cerca de 2,5 mil pequenos de até 9 anos de idade foram atendidos em UPAs da cidade. A faixa etária que mais tem adoecido é a de bebês e crianças mais novas: em 1.841 atendimentos registrados os pacientes tinham até 4 anos.
Os dados são do Integra SUS, da Secretaria Estadual da Saúde, e podem ser ainda maiores, já que somente 9 das 12 UPAs de Fortaleza atualizaram os registros de atendimentos na plataforma.
Um dos pacientes infantis acometidos por uma gripe neste mês foi Levi, de 2 anos e 4 meses. “Começou com febre o dia todo, não quis comer, teve um dia de diarreia. E ele colocava a mão na cabeça como se estivesse com dor”, relata a mãe, a fisioterapeuta Emanuela Bezeli, 38.
Levi havia se recuperado há pouco tempo de outro quadro gripal mais grave, que rendeu à família 5 idas ao pronto atendimento. “Quando adoece, ele fica bem fastioso, mas a alimentação dele, em geral, é muito saudável”, garante a mãe.
Devido ao quadro gripal e à persistência de uma tosse desde o último adoecimento, o pequeno ainda não está vacinado contra a influenza – mas terá, em breve, o cartão de vacinação atualizado, como afirma Emanuela.
POR QUE AS CRIANÇAS ‘GRIPAM MAIS’
Os “extremos de idade”, tanto crianças menores de 5 anos como idosos, estão mais suscetíveis às infecções devido à formação do sistema imunológico – e também ao agravamento desses quadros, como alerta a pediatra Vanuza Chagas.
No momento, ela observa, três principais vírus têm acometido os pequenos:
- Influenza;
- Coronavírus;
- Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
COMO PREVENIR AS ‘GRIPES’
Além da Covid, a infecção pelo VSR exige atenção: “é um vírus que durante a pandemia teve pouco acometimento das crianças, mas neste ano tem sido causa de grande número de internamentos por bronquiolite”, segundo Vanuza. Além disso, não há vacina contra ele.
Contra influenza e coronavírus, por outro lado, há imunizantes disponíveis aos pequenos a partir de 6 meses de vida. Prevenir o máximo de doenças possível é fundamental para fortalecer a imunidade das crianças, como alerta a pediatra.
A maior parte das infecções em crianças, principalmente menores de 3 anos, são causadas por vírus. A cada vez, o sistema imunológico gera imunidade, mas os agravos que vêm junto com essas doenças – como recusa alimentar, abatimento, dificuldade pra dormir e desconforto respiratório – também geram uma menor resposta imunológica.
VANUZA CHAGAS
Médica pediatra
Além da vacinação, a médica lista outras medidas importantes para tentar “blindar” as crianças dos vírus mais comuns:
- Manter alimentação variada, rica em frutas, verduras, legumes, com variadas proteínas vegetais e animais;
- Aumentar a ingestão de água;
- Dormir bem;
- Fazer atividade física;
- E no caso das crianças, brincar, se movimentar e ter alegria também age com benefícios para a imunidade.
“A prevenção é muito importante num período da vida em que a criança precisa estar bem para aprender, brincar, se desenvolver, socializar, interagir, tanto na escola como em casa. É importante que ela esteja protegida”, finaliza Vanuza.
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