Júri de acusado de matar advogada é adiado por falha de conexão em prisão de Manaus
O homem está preso em Manaus e seria submetido ao Tribunal Popular da 1ª Vara do Júri da Capital cearense por meio de videoconferência
O julgamento de Carlos Cley Rebouças Rocha, homem acusado de matar a advogada Maria Danielle Ximenes há quase 12 anos em Fortaleza, foi adiado pela terceira vez por conta de problemas de conexão no presídio em Manaus, de acordo com o Poder Judiciário cearense. O réu está preso em uma unidade carcerária no Norte do País e ia ser submetido à Justiça pela 1ª Vara do Júri de Fortaleza por meio de videoconferência nesta terça-feira (12).
Conforme o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), já havia sido solicitado com antecedência que a direção da unidade prisional amazonense disponibilizasse uma “videoconferência apta”, considerando os adiamentos anteriores.
O júri “deixou de ocorrer por falta de conexão do Centro de Detenção Provisória de Manaus II, no Estado do Amazonas”, de acordo com nota do Poder Judiciário.
NOVA DATA É DEFINIDA
A quarta tentativa de julgamento já foi marcada pelo juízo da 1ª Vara do Júri da Capital cearense, e deve acontecer no próximo dia 8 de abril, às 13h30.
Carlos responde como o executor do crime, que foi ordenado pela policial civil Regina Lúcia de Amorim Gomes. Ela foi condenada a 16 anos de prisão no dia 4 de dezembro de 2023, mesmo dia em que o homem também seria julgado, mas não houve conexão no presídio.
O juiz do caso decidiu, então, desmembrar o processo de julgar Carlos separadamente. Carlos está preso desde 2019, quando foi preso em uma ação conjunta das polícias civis do Ceará (PCCE) e do Amazonas (PCAM). Desde que praticou o crime, ele, que é natural de Manaus, montou uma loja de refrigeração no bairro Cidade Deus, na zona norte da capital manauara.
No último dia 10 de fevereiro, defesa de Carlos Cley afirmou ao Diário do Nordeste que ele é inocente e está preso “em uma [prisão] preventiva de um crime cheia de falhas”. De acordo com a advogada Rosana Maria Fernandes de Assis Assam, o acusado foi preso “porque a polícia precisava dar resposta a população”.
Para a advogada, o homem só foi envolvido no caso porque chegou a ser preso na mesma delegacia onde a escrivã condenada trabalhou, antes da morte em questão.
RELEMBRE O CRIME
Na manhã do dia 22 de junho de 2012, Danielle foi surpreendida por um homem apontado como Carlos Cley. O suspeito invadiu o escritório da vítima, localizado no bairro Cidade dos Funcionários, e efetuou uma sequência de disparos de arma de fogo.
A mandante, a escrivã Regina Lúcia, considerava que Danielle a atrapalhava em processos que movia contra um homem com quem tinha se relacionado, por partilha de bens.
Havia várias ações judiciais em que a escrivã requeria bens do ex-companheiro, com quem afirmava ter vivido maritalmente. Nos processos, o homem era representado pela advogada que foi morta.
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