Julho termina com 479 pessoas assassinadas no Ceará, uma alta da violência de 87,8% em comparação a 2016
O mês de julho terminou nesta segunda-feira (31) com novos números negativos para a estatística da Segurança Pública do Ceará. Nada menos, que 479 pessoas foram assassinadas no estado em apenas 31 dias, numa média de 12,2 homicídios por dia, ou um a cada duas horas. Na comparação com julho de 2016, quando 255 homicídios foram registrados, o Ceará sofreu um aumento de 87,8 por cento nos Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs). No acumulado do ano, já são 2.778 homicídios no Ceará. No mesmo período de 2016, foram 1.998, aumento de 39 por cento.
Fortaleza (Capital) registrou o maior número de crimes de morte no mês de julho. Foram 180 casos, numa média diária de 5,8 assassinatos, uma pessoa morta a cada quatro horas.
Já a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) contabilizou 134 homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, com as cidades mais violentas permanecendo no topo da lista: Maracanaú, Caucaia, Eusébio, Maranguape, Pacajus, Itaitinga, Aquiraz, Pacatuba e Horizonte. As que apresentam menores índices são: Pindoretama, Guaiúba, Chorozinho, Cascavel e São Gonçalo do Amarante.
Interior
O Interior registrou 165 assassinatos durante todo o mês de julho, com os maiores índices em cidades como Juazeiro do Norte, Sobral Limoeiro do Norte, Russas, Paraipaba, Tabuleiro do Norte. Em Paraipaba (a 115 Km de Fortaleza), foi registrada uma chacina na noite do dia 19, resultando no assassinato de quatro pessoas: Rodrigo Araújo dos Santos, 23 anos; Klayver Braga de Almeida, adolescente de 16 anos; Felipe de Sousa Oliveira e Rangel Pereira Batista.
Sistema Prisional
No Sistema Penitenciário, pelo menos, oito presos foram assassinados em julho: José Valdeis Férrer de Oliveira (Penitenciária de Pacatuba), Willamy Rocha Castro (CPPL em Itaitinga), Jeimisson Cardoso Soares (CPPL, Itaitinga), Francisco Rogério Soares Pereira (Penitenciária Regional/PIRS, em Sobral), Francisco César Nildo Feitosa de Andrade (CPPL, em Itaitinga), preso sem identificação (cadeia Pública de Maracanaú), detento não identificado (Cadeia Pública de Uruburetama), além de Cícero Enrique Cordeiro (Cadeia Pública de Iguatu).
Mortos pela Polícia
Pelo menos, 16 pessoas morreram em julho no Ceará em confronto com a Polícia, o que caracteriza mortes por intervenção policial. Seis delas tombaram num confronto com a PM na manhã do último dia 30 em Aracati. Outras três morreram numa troca de tiros com policiais civis (Delegacia de Roubos e Furtos/DRF) na tarde do dia 11, durante uma tentativa de assalto a um carro-forte no bairro Parque São José, em Fortaleza. Dois homens tombaram sem vida numa troca de tiros com policiais do Batalhão Raio na estrada que liga as cidades de Quixadá e Morada Nova, na tarde do dia 16.
Foram registradas mortes em confrontos policiais também em Camocim (dia 8), Aquiraz (dia 16), Chorozinho (dia 15); e em Fortaleza nos bairros Álvaro Weyne (dia 18) e Bom Jardim (dia 27).
Mulheres mortas
Nada menos, que 33 mulheres foram assassinadas no Ceará em julho, mês que apresentou o maior número de feminicídios no estado, sendo 10 casos em Fortaleza, 12 na região Metropolitana e mais 11 casos no Interior do estado. No acumulado do ano, já são 159 vítimas de assassinatos.
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