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Jovem sobralense ganha bolsa para estudar na França e cria vaquinha virtual para ajudar nas despesas

A oportunidade é para uma das maiores universidades de política do mundo

Aos 19 anos, Marcelo Antônio, estudante de Sobral, foi selecionado para estudar no Sciences Po, Instituto de Estudos Políticos de Paris. Custear as despesas em euro, entretanto, é uma barreira para o jovem filho de um comerciante e de uma enfermeira. Com objetivo de arrecadar o valor correspondente ao primeiro ano de estudos, estimado em R$ 100 mil, Marcelo, abriu uma vaquinha online

“Elaborei toda a vaquinha de acordo com os custos do primeiro ano universitário. Apesar de ter conseguido a bolsa de 3.000 euros pela duração do curso, ainda me faltam 7.700 euros a serem pagos, que somados com o custo de vida dariam uma média de R$ 8.000 mensais, o que é bem acima do que minha família pode pagar”, relata Marcelo, que atualmente dá aulas particulares de francês para aumentar a renda. 

O Sciences Po é a escola líder de Ciências Políticas e Relações Internacionais da Europa. Todos os presidentes da França dos últimos 30 anos estudaram lá, além de diversos chefes de Estado e de organizações internacionais do mundo inteiro. O desejo de atuar na área despertou em Marcelo quando ele participou da Simulação das Nações Unidas no colégio em que estudava. Depois, ele foi selecionado para a Brasa (Brazilian Students Association), onde recebeu mentoria gratuita como aluno com potencial de estudar fora do Brasil.

Seleção

Para ganhar a bolsa do Sciences Po, o cearense precisou passar por duas etapas. “Na primeira, o candidato elabora seu dossiê de candidatura incluindo informações como histórico escolar, testes de proficiência das línguas do seu programa, cartas de recomendação acadêmicas e profissionais, currículo, atividades extracurriculares, declaração de imposto de renda e a sua carta de motivação – documento em que você explica pra universidade por que quer estudar lá”, lembra. Na segunda fase acontece a entrevista para testar a fluência nos idiomas.  

A duração do curso é de 5 anos, que são equivalentes a uma graduação com mestrado integrado. Por causa da pandemia, a Universidade ofertará aulas a distância para alunos internacionais. O plano inicial de Marcelo era, em um ano, conseguir se estabelecer na Europa e começar a trabalhar, mas a ideia teve que ser modificada. “Vou fazer o primeiro semestre EAD no Brasil, o que não me possibilitaria conseguir um emprego que pagasse em euro, assim só teria, se conseguisse um emprego assim que chegasse lá, 6 meses pra juntar dinheiro em euro. Além disso, a minha grade curricular é integral, o que só me permitiria trabalhar um expediente, o que não daria sequer pra cobrir todos os gastos com custo de vida”, explica.

Apesar das dificuldades, o estudante tem altas expectativas para o futuro. “Espero conseguir usar a rede de contatos excepcionais do Sciences Po para conseguir um trabalho em uma organização internacional de grande impacto, preferencialmente associada a ONU, para que assim possa garantir a experiência necessária para concorrer aos quadros da política brasileira estadual e nacional”, finaliza.

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Rosana Teofilo

Editora, Radialista profissional e presidente da Taperuaba 98,7 FM

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