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Haiti é atingido por ciclone tropical; resgate de vítimas de terremoto é interrompido

Grace provocou chuvas torrenciais e rajadas de vento de até 75 km/h no país, que se recupera do abalo ocorrido no sábado (14)

Dois dias depois do poderoso terremoto que atingiu o Haiti, matando mais de 1.400 pessoas, deixando mais de 6 mil feridos e milhares de desabrigados, o ciclone tropical Grace atingiu o país na noite desta segunda-feira (16). 

O ciclone provocou chuvas torrenciais e rajadas de vento de até 75 km/h, segundo informações do G1. A região mais atingida pelo Grace foi o sudoeste, a área também foi a que mais sofreu com o terremoto. A capital Porto Príncipe também registrou atividades pluviométricas intensas. 

Com a passagem do fenômeno natural o número de mortes causadas pelo abalo sísmico deve aumentar já que, com a chegada da chuva e dos ventos, o trabalho de resgate de sobreviventes foi interrompido. O risco de deslizamentos e de enchentes aumentaram com o ciclone. 

Segundo o serviço meteorológico do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), Grace deve atingir também Jamaica, Cuba e Ilhas Cayman entre terça (17) e quarta-feira (18).

Ajuda internacional 

Desde o terremoto no sábado (14), muitos países, como Estados Unidos, República Dominicana, México e Equador, ofereceram ajuda com o envio de pessoal, rações de emergência e equipamentos médicos.

O exército dos Estados Unidos anunciou a criação de uma missão militar conjunta, assim como o envio de uma equipe para avaliar a situação na área de desastre. Quatro helicópteros foram mobilizados para servir de transporte.

As imagens aéreas obtidas pelas equipes dos EUA “ajudarão a determinar que tipo de ajuda é necessária, onde e quando”.

As equipes de resgate trabalham nas áreas afetadas com caminhões e retroescavadeiras, como na cidade de Les Cayes, perto do epicentro do terremoto, a cerca de 160 quilômetros da capital haitiana, Porto Príncipe.

O primeiro-ministro Ariel Henry, que declarou no sábado o estado de emergência durante um mês nos quatro departamentos afetados pela catástrofe, agradeceu neste domingo a comunidade internacional.

“Queremos dar uma resposta mais adequada que em 2010 após o terremoto. Toda a ajuda que vem do exterior deve ser coordenada pela Direção de Proteção Civil”, exigiu o chefe de governo, ao mesmo tempo em que pediu “união nacional” aos compatriotas.

“Vamos esquecer nossos rancores”, pediu Henry, que dirige o país mais pobre da América após o assassinato do presidente Jovenel Moise em 7 de julho.

O terremoto de magnitude 7, de 12 de janeiro de 2010, devastou a capital e várias cidades do interior. Mais de 200.000 pessoas morreram e cerca de 300.000 ficaram feridas na catástrofe. Cinco anos depois, em 2016, um furacão, batizado Matthew, deixou centenas de pessoas mortas e dezenas de milhares desabrigadas.

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Marcio Sousa

Editor chefe, Radialista profissional e Diretor de Programação da Taperuaba 98,7 FM

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