Governo brasileiro suspende voos vindos de Índia, África do Sul e Reino Unido por 14 dias
A medida visa evitar o agravamento do contexto epidemiológico com a variante do coronavírus B.1.617
Voos vindos da Índia, da África do Sul e do Reino Unido ao Brasil foram temporariamente suspensos nesta sexta-feira (14). O Governo Federal justificou a decisão tendo em vista o risco de disseminação da variante do coronavírus identificada no país asiático como B.1.617. A medida vale por 14 dias.
Conforme portaria publicada na edição extra do Diário Oficial da União (DOU), a suspensão dos trechos aéreos segue uma recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Fica suspensa, em caráter temporário, a autorização de embarque para a República Federativa do Brasil de viajante estrangeiro, procedente ou com passagem pelo Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, pela República da África do Sul e pela República da Índia nos últimos 14 dias”, diz o documento.
Contudo, a determinação não se aplica à operação de voos de carga, que devem ser manipulados por trabalhadores paramentados com equipamentos de proteção individual.
A medida foi assinada pelos ministros Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), Anderson Gustavo Torres (Justiça e Segurança Pública) e Marcelo Queiroga (Saúde).
Variante
A B.1.617 tem se alastrado no país asiático, provocando números recordes de infecção e morte por Covid-19. Mais de 22 milhões de indianos já contraíram o coronavírus, e as mortes diárias estão em torno de 4.000.
Fora da Índia e do Reino Unido, subtipos da variante já foram sequenciados na Austrália, Singapura, Estados Unidos, Alemanha e Rússia, de acordo com o acompanhamento do Centro de Vigilância de Patógenos Genômicos em South Cambridgeshire.
Ao todo, são sete as variantes que preocupam as autoridades sanitárias duas identificadas no Brasil (P.1 e P.2), a britânica, sul-africana, a californiana, a nova-iorquina e a indiana.
O subtipo da variante indiana identificado como B.1.617.2 preocupa governo, cientistas e população no Reino Unido e já se coloca como principal obstáculo para a volta da Inglaterra à vida normal. Os primeiros indícios são de que a variante pode ser até “50% mais transmissível” que a linhagem B.1.1.7, hoje predominante entre os casos de Covid-19 registrados entre os britânicos.
A Líder técnica para Covid-19 da OMS, Maria van Kerkhove, afirmou nessa sexta-feira que “a pandemia ainda não terminou e as variantes provocam muita incerteza”. O risco de caos hospitalar e mais mortes existe mesmo com o avanço da imunização, segundo os especialistas, porque, além de nem todos estarem vacinados, falta clareza científica a respeito da eficácia dos imunizantes em relação às variantes.
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