Futuro governo de Lula poderá taxar transações financeiras feitas pelo Pix
Será não só um tiro no pé, mas no coração da futura gestão do presidente eleito Lula
Cresce a expectativa em torno da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Essa expectativa embute, todavia, uma informação preocupante, procedente de Brasília, segundo a qual o grupo que cuidou dos assuntos econômicos na equipe de transição do futuro governo sugeriu a taxação das movimentações financeiras feitas digitalmente pelo Pix, um meio de pagamento criado pela atual gestão do Banco Central e que ganhou o coração, a preferência e o aplauso de milhões de brasileiros que, antes sem conta bancária, foram inseridos na modernidade do simples ato de pagar-e-receber por produtos ou por serviços prestados.
Taxar, ou, usando linguagem de arquibancada, cobrar imposto pela movimentação do Pix será um tiro não no pé, mas no coração do próprio governo eleito, que terá contra essa iniciativa a oposição da sociedade, principalmente do seu segmento mais pobre e mais desassistido.
O Pix é democrático, pois facilita a vida de todos – do grande industrial ao vendedor de picolé, do rico agropecuarista à empregada doméstica, do dono de empresa de transporte rodoviário com frota de mais de 200 caminhões ao motorista de táxi – oferecendo-lhes a chance moderna e eficiente de receber e enviar dinheiro, ao simples clique de um telefone celular.
O Brasil já teve uma CPMF – a famigerada Contribuição Provisória por Movimentação Financeira, criada no governo Sarney para aumentar os recursos destinados ao Ministério da Saúde, uma área de triste memória.
Entre a teoria e a prática da CMPF, construiu-se um abismo que engoliu uma montanha de dinheiro.
O que pretendem os integrantes do grupo de assessoria econômica da equipe de transição do presidente Lula é dispor, com a taxação do Pix, de mais recursos para as mais diferentes finalidades.
O brasileiro que trabalha e produz já não suporta mais a carga tributária que lhe impõe o governo. Este, por sua vez, em contrapartida, nega-lhe serviço de saúde, educação e segurança pública de qualidade.
Resultado: o contribuinte é obrigado a pagar plano de saúde, escola particular e segurança privada, pagando caro por ela.
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