‘Fungo negro’ que infecta pacientes com Covid na Índia faz estados declararem epidemia
Infecção traz dores de cabeça, inchaço do rosto, febre e é acelerada, segundo médico, pelo uso desenfreado de esteroides no tratamento do coronavírus
Pelo menos nove estados da Índia declararam epidemia por uma infecção conhecida como “fungo negro”. A doença, que já matou centenas só nos últimos dias, vem atingindo pacientes em recuperação da Covid-19, segundo relatos da imprensa indiana.
Nesta quinta-feira (20), o estado de Maharashtra registrou 2 mil casos do fungo, enquanto Gujarat teve 1.200. Centros especializados para o combate da nova epidemia foram instalados nas cidades de Nova Délhi, Mumbai e Bangalore.
A Índia vive uma intensa segunda onda de Covid-19. Mais 259.551 novos casos e 4.209 mortes foram registrados em 24h nessa última quinta.
Fungo raro
O “fungo negro” se trata de uma forte mucormicose, que é uma rara infecção fúngica que se prolifera rapidamente. Médicos alertam que a doença afeta gravemente os pacientes que estão se recuperando do novo coronavírus.
Antes da segunda onda da Covid na Índia, os casos de mucormicose eram raros no país. O fungo afetava geralmente pessoas com diabetes, HIV e pacientes transplantados, que são pessoas com o sistema imunológico comprometido.
Uso de esteroides acelera a infecção
A rápida propagação da infecção é atribuída ao uso fora de controle de esteroides para tratar os pacientes com o coronavírus, segundo especialistas como o professor K. Srinath Reddy, da Fundação de Saúde Pública da Índia.
“As pessoas utilizaram de forma excessiva e inapropriada”, afirmou o professor. Ele explicou ainda que a água contaminada nos cilindros de oxigênio ou nos umidificadores também dá ao fungo a oportunidade de entrar no organismo.
Sintomas e tratamento
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) afirmam que os primeiros sintomas do “fungo negro” são dores de cabeça, inchaço do rosto e febre. Infecção tem taxa de mortalidade superior a 54%.
Os fungos mucor, causador da patologia, são extremamente comuns, sendo encontrados na terra ou em alimentos estragados, como no bolor de pão. Eles atacam os sinos nasais ou o pulmão de indivíduos com o sistema imunológico debilitado, como o dos pacientes recém-recuperados da doença causada pelo novo coronavírus.
O tratamento mais urgente é a Anfotericina B lipossomal e o ministro da Saúde indiano anunciou o aumento da produção.
As críticas apontam para a falta de previsão das autoridades estaduais e federais, que deveriam ter adotado medidas quando foram registrados os primeiros casos, há alguns meses.
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