Executivos da Odebrecht terminam de assinar acordos de delação premiada
Após mais de nove meses de negociação, a Odebrecht concluiu na tarde desta sexta-feira, 02, a fase de assinatura dos acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal. Entre ontem e hoje, 77 executivos e ex-executivos da empresa formalizaram o acordo de colaboração com a Lava Jato e a partir da semana que vem começarão a prestar depoimentos para confirmar o que prometeram contar sobre o esquema de corrupção e propina no qual se envolveram. Entre os executivos que assinaram o acordo estão o patriarca e o presidente do Conselho de Administração do grupo Emílio Odebrecht, e seu filho, o ex-presidente da empresa, Marcelo Odebrecht.
Os últimos acordos foram assinados na tarde desta sexta-feira, 2 na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR). Até agora, os contatos entre investigadores e advogados da empresa aconteciam em uma “mesa de negociação”, marcados por tensão dos dois lados. Os procuradores da República exigiam mais informações por um lado, enquanto advogados tentavam reduzir a pena dos clientes de outro. A partir de agora, com as assinaturas, esta fase está encerrada.
Os executivos já detalharam, em anexos, o que vão dizer e em troca já sabem a pena que irão cumprir. Marcelo Odebrecht, por exemplo, cumprirá uma pena total de dez anos, na qual deve permanecer até o final de 2017 na cadeia. Depois, passa a dois anos e meio de prisão domiciliar, onde progride para o semiaberto e, por fim, para o regime aberto.
A empresa também negociou um acordo de leniência, assinado ontem no qual se compromete a pagar uma multa no valor de R$ 6,8 bilhões. O dinheiro será parcelado em 23 anos e dividido entre Brasil, Estados Unidos e Suíça.
Ainda não há calendário definido pelos investigadores sobre a ordem em que os executivos serão ouvidos a partir da semana que vem. Toda a negociação é mantida em sigilo pela PGR e por advogados. Ontem, a Odebrecht divulgou à sociedade um pedido de desculpas.
Só depois da colheita dos depoimentos o material poderá ser enviado ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele precisa homologar os acordos de delação para que os fatos narrados pelos delatores possam ser usados em investigações.
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