Estudantes do Ceará criam sistema para detectar incêndios
Desenvolvido em parceria entre estudantes do IFCE e da Uece, projeto EVA ajuda a mapear situações de risco
Um grupo de alunos do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e da Universidade Estadual do Ceará (Uece), no município de Limoeiro do Norte, desenvolveu um equipamento de baixo custo capaz de detectar incêndios florestais, invasões a áreas indígenas além de mapear espécies da fauna e flora. O aparelho consegue operar em qualquer bioma onde houver cobertura telefônica e, depois de instalado, monitora a temperatura ambiente e envia mensagens a um smartphone cadastrado.
“Tudo isso ocorre devido a sensores e câmera que podem medir e fotografar em tempo real”, explica Paulo José, 22, estudante do curso de Eletrotécnica do IFCE, e um dos três integrantes da equipe. O equipamento possui acesso à internet e pode operar 24 horas por dia, com recarga via energia solar.
A Estação de Valorização Ambiental (EVA), nome que faz referência a personagem da animação Wall-E, de 2008, foi iniciada em julho deste ano. A motivação central do projeto foi apontar alguma solução diante do aumento das queimadas no Estado, que ficam mais frequentes no segundo semestre do ano.
“Decidimos fazer algo a respeito. Houve reuniões estratégicas e, no mês de julho, tínhamos criado um plano de ação ágil e prático, unificando as áreas da Biologia e Engenharia”, explica Paulo.
Financiado pelos próprios alunos, a EVA custou em média R$ 250. “O modelo utiliza peças específicas para prototipagem e o código foi programado pela gente”, explica Paulo José. “Se fossem muitas peças, o custo cairia ainda mais”. O protótipo deve ficar pronto até o fim de setembro para que, em outubro, sejam iniciados os testes em campo.
Os criadores mapearam as denúncias de queimadas em Limoeiro do Norte para saber onde está a maior incidência. “No compasso que a tecnologia evolui, a gente também evolui. Esperamos, por exemplo, inserir localização no produto. Caso ele seja roubado, por exemplo, a gente pode recuperá-lo”, destaca Paulo.
Também fazem parte da pesquisa os estudantes Fábio da Costa, 26, do curso de Mecatrônica do IFCE e Amanda Riziane, 18, que cursa Ciências Biológicas, na Uece.
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