Ceará

Estudantes cearenses simulam inseminação artificial em vaca e são destaque em olimpíada nacional

O grupo de alunos da rede estadual de Baturité ganhou medalha na Olimpíada Brasileira de Agropecuária (Obap)

Entre leituras e ensaios de laboratório, três estudantes cearenses ganharam medalha de bronze na 11ª edição da Olimpíada Brasileira de Agropecuária (Obap), que incluiu a simulação de inseminação artificial. A “Cajueiros do Maciço”, nome dado ao grupo, foi a única equipe nordestina premiada.

Os alunos são do curso de agronegócio da Escola Estadual de Educação Profissional Clemente Olintho Távora Arruda, no Maciço de Baturité, e foram premiados no sábado (10), em São Paulo. A competição aconteceu com mais de 900 equipes brasileiras e participantes internacionais.

“Pensamos: ‘somos nordestinos, cearenses, mas acima de tudo somos uma equipe que representa o Maciço de Baturité e temos a cultura bem forte do cajú’”, explica o estudante  Ruan Pablo Dantas dos Anjos, de 17 anos, sobre a escolha do nome da equipe.

A semente da equipe Cajueiros do Maciço – formada também por Antônio Henrique Martins Neto e João Paulo da Silva Santos – brotou com o incentivo do professor-orientador Moisés Almeida, que apresentou os alunos à competição.

Os estudantes fizeram um teste virtual e avançaram para as fases práticas que aconteceram em Jundiaí. O processo envolveu prova de agrimensura, medição de teodolito (topografia), regulagem de semeadora e inseminação artificial.

Para ter um bom resultado, no entanto, o grupo precisou buscar conhecimento fora da grade do curso. Os estudantes receberam aula de uma veterinária convidada e procuraram matadouros da região para conseguir os órgãos reprodutivos em que fizeram os treinamentos.

Eles tiveram de realizar a simulação de inseminação artificial em maquetes do método shiva. Nessa última fase da Obap, participaram 59 equipes de instituições profissionalizantes espalhadas pelo País.

Assim, os estudantes aprenderam e executaram a esterilização dos equipamentos, a escolha do semém e a aplicação do método. “Os processos de preparação para a inseminação artificial até o procedimento de fato, feito por uma pessoa da equipe”, completa.

Legenda: Estudantes passaram por provas teóricas e práticas
Foto: Obap/Reprodução

“Eles tiveram muita dedicação, fizeram muitas leituras e alcançaram esse mérito. Ficamos muito felizes em ver o empenho dos estudantes, independente da realidade, que conseguem conquistar voos maiores”, comemora o diretor Wagner Germano.

O reconhecimento da Obap mostra o potencial das escolas profissionalizantes mesmo em meio ao contexto compartilhado por muitos estudantes da falta de acesso às tecnologias, como acrescenta o diretor.

“É a primeira conquista de cunho nacional e representa muito, porque são quatro anos e meio de trabalho na escola e eles são do cursos de agronegócio, que um dos mais eminentes”.

Wagner Germano Diretor

Com quase cinco anos, a escola possui o Departamento Olímpico, Científico e Esportivo (Doce) para incentivar os estudantes em competições nacionais. Outras premiações em olimpíadas de matemática e de ciências humanas já foram recebidas pelos alunos.

Muito além da medalha

Ruan Pablo já se enxergava na faculdade de agronomia ou zootecnia, mas avançar no mercado do agronegócio ganhou uma nova perspectiva com as oportunidades vividas na escola, como as competições e estágio.

“Depois da Obap, onde conhecemos pessoas novas, tivemos uma abertura dos horizontes e visão de mundo para o agro atual. Vimos que há campo de trabalho efetivo e diversos âmbitos onde podemos trabalhar”, detalha o estudante.

A troca de experiência e conhecimento entre os participantes contribuiu para a formação do grupo. “Tem gente de diversos estados e conseguimos conhecer diversas experiências do agro, ver as especificidades de cada um”, completa.

Legenda: Estudantes e professores convidaram uma veterinária para aprender técnica de inseminação
Foto: Acervo pessoal

Wagner ressalta o esforço conjunto entre professores e estudantes que acreditam no potencial da educação. São caminhos de crescimento social e profissional traçado pelo estudo.

“As escolas profissionalizantes, em geral, têm toda uma estrutura com laboratórios, mas tem coisas muito específicas que a gente não tem. Independente disso, o grande lance é a dedicação e o empenho das escolas de darem as condições”, conclui o diretor.

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Marcio Sousa

Editor chefe, Radialista profissional e Diretor de Programação da Taperuaba 98,7 FM

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