Como o 5G vai afetar a operação de antenas parabólicas? Entenda
Tecnologia vai começar a operar a partir de julho de 2022 nas capitais brasileiras
A três meses do início da operação do 5G nas capitais brasileiras algumas etapas ainda precisam ser concluídas para que a tecnologia funcione regularmente. Entre elas está a limpeza da faixa de frequência de 3.6 GHz a 3.7 GHz, em que opera, atualmente, as antenas parabólicas na Banda C Satelital.
Isso porque, caso as duas tecnologias continuem funcionando na mesma faixa, vai haver interferência. O presidente-executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari, explica que está sendo realizado um trabalho de troca dos equipamentos de parabólicas para os de Banda Ku, que operam na frequência 10.7 GHz e 18 GHz.
“Para nós ligarmos as antenas de 5G em julho, a faixa tem que estar limpa, ou seja, as pessoas que usam a TV parabólica precisam estar em outra faixa para não ter interferência. Se houver parabólicas nessa faixa, vai cair o sinal de TV”. Marcos Ferrari presidente-executivo da Conexis
Estima-se que no Ceará há 1,1 milhão de famílias que tem recepção de TV por antena parabólica e, em Fortaleza, o número é de 5,2 mil. Os dados foram concedidos à reportagem pela Anatel, apurados conforme a pesquisa PAD TICs 2019, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Famílias de baixa renda recebem kit
O trabalho de conversão é realizado pela Anatel por meio do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na Faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi).
“As famílias inseridas no Cadastro Único que ainda usam parabólica vão receber uma antena dessa e um kit. Esse processo está caminhando bem”, pontua Ferrari.
De acordo com a Anatel, cerca de 8,3 milhões de famílias de baixa renda no Brasil receberão o kit de forma gratuita. Já as demais terão de arcar com o custo da troca.
Já no Ceará, as famílias que se inserem nesse grupo correspondem a um total de 879.069 e, em Fortaleza, são 2.034.
Suspensão de funcionamento
O presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, ressalta ainda que existe um cronograma de implantação e até julho serão as capitais, até janeiro de 2023 as cidades com mais de 500 mil habitantes e assim por diante.
Caso o consumidor que ainda use a parabólica na banda C não quiser efetuar a troca para a de banda Ku, Tude explica que ele vai estar sujeito à interferência e não poderá reclamar do serviço.
“Além disso, o satélite vai funcionar na banda C até junho de 2026, depois vai parar de transmitir. O 5G só vai ser ativado naquele município quando houver a migração das parabólicas para uma outra banda, então vai ser necessário trocar os equipamentos”. Eduardo Tude presidente da Teleco
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