Com pior índice em 10 anos, Ceará teve mais de meio milhão de desocupados em 2021
Média salarial do Estado também reduziu R$ 206 em um ano
Em um ano ainda muito marcado pela instabilidade da pandemia da Covid-19, o Ceará encerrou 2021 com mais de meio milhão (539 mil) de pessoas desocupadas. O número é o maior em dez anos, segundo a Síntese de Indicadores Sociais, pesquisa divulgada nesta sexta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O dado é, inclusive, maior do que no ano anterior (503 mil), quando iniciou a pandemia e o Estado passou cerca de quatro meses em isolamento social rígido.
O volume de 539 mil desocupados representa 14% do total da população em idade para trabalhar, ou seja, acima de 14 anos. O percentual também é o maior para o Estado desde 2012, quando iniciou a série histórica da pesquisa.
Os ocupados somaram 3,3 milhões de trabalhadores, correspondendo a 45% da população com mais de 14 anos. Entretanto, desses, havia 1,7 milhão (37,1%) subutilizados, ou seja, estão trabalhando menos horas que gostariam e teriam disponibilidade. Ainda entre os ocupados, apenas 1,46 milhão deles, ou 44,3% do total, eram formais.
O levantamento também aponta a divisão dos trabalhadores por posição na ocupação. Os empregados somam 55,2%, dos quais 28,3% atuam com carteira assinada e 26,9%, sem. Há ainda 29,7% cearenses trabalhando por conta própria, 8,5% militares ou funcionários e 3,9% na posição de empregador.
Em relação às características dos próprios trabalhadores, o Ceará tem 60% dos ocupados do sexo masculino e 40%, do feminino. Considerando a raça, 75,2% dos trabalhadores são pretos ou pardos. Por idade, a predominância é de trabalhadores entre de 30 a 49 anos (52,6%).
RENDIMENTO
Além da parcela de desocupados ter aumentado significativamente, o rendimento dos cearenses que conseguiram se manter empregados também caiu. O salário médio no Estado do trabalho principal ficou em R$ 1.744 em 2021, R$ 206 a menos que a média de 2020 (R$ 1.950). Considerando a carga horária, o cearense ganhou, no ano passado, cerca de R$ 10,8 por hora trabalhada.
Olhando a posição na ocupação, os empregadores são os que possuem a maior média salarial, ganhando R$ 5.789, seguidos pelos militares (R$ 3.755). Os empregados sem carteira assinada são os que tiveram menor rendimento em 2021 (R$ 1.058).
Já por característica do trabalhador, os homens ainda recebem mais que as mulheres, ganhando R$ 1.848 contra R$ 1.58 pago a elas. A discrepância também é significativa olhando para a raça. Os ocupados brancos ganham R$ 2.064 mensais e os pretos ou pardos, R$ 1.639.
Na divisão por idade, os trabalhadores de 50 anos ou mais foram os que receberam os maiores rendimentos no ano passado, alcançando média de R$ 2.775, seguidos por aqueles com idade entre 50 e 59 anos (R$ 2.040) e os de 30 a 49 anos (R$ 1.889). O pior salário ficou entre os ocupados de 14 a 29 anos (R$ 1.067).
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