Cinco pontos para entender a reação do Fortaleza na Série A 2022
O clube encerrou o 1º turno na lanterna e hoje busca feito inédito no Brasileirão
O Fortaleza atravessa grande fase na Série A do Brasileiro de 2022. Após encerrar o 1º turno na lanterna, tratada como um candidato direto ao rebaixamento, o time se reinventou na competição e engatou arrancada no returno, onde soma a 3ª melhor campanha, com 69,7% de aproveitamento.
O salto é tamanho que o clube pode até conquistar um feito inédito no Brasileirão: encerrar a escrita de que o último colocado no 1º turno sempre é rebaixado na era dos pontos corridos. Hoje, está em 11º, com 38 pontos – restam mais sete para 45 (a pontuação mágica que garante a permanência).
O contexto geral consolida uma reação, em que o Leão tem sete vitórias em 11 rodadas no 2º turno. O momento chega com decisões acertadas da diretoria tricolor, que investiu no mercado e renovou o elenco durante o Brasileirão. O Diário do Nordeste lista cinco pontos que explicam esse contexto.
5 pontos para entender a reação do Fortaleza na Série A
- Manutenção de Vojvoda
- Reforços no mercado
- Mudança tática
- Solidez defensiva
- Foco na Série A
Manutenção de Vojvoda
No momento de maior pressão em 2022, com três vitórias em 19 partidas e a lanterna da Série A, o Fortaleza apostou na sequência do técnico argentino Juan Pablo Vojvoda. O voto de confiança existiu pela temporada de 2021 histórica e pelo trabalho do dia a dia, com o foco do profissional.
A opção se converteu no grande acerto da gestão durante a crise vigente. No cenário nacional, uma mensagem ao futebol brasileiro: o projeto de continuidade pode existir com tempo aos treinadores. O clube trabalhou com recursos à comissão técnica ao invés de um novo técnico e evoluiu o Leão.
Vojvoda tem contrato até o fim de dezembro. As partes já conversam sobre renovação para 2023.
Reforços no mercado
O Fortaleza foi um dos times da Série A com maior número de reforços na janela de transferências. Ao todo, contratou oito jogadores, apresentando novidades em todos os setores, com diferentes características, e investindo cerca de R$ 2,5 milhões. As contratações redefiniram o elenco tricolor.
Em paralelo, jogadores com menor espaço junto da comissão técnica deixaram o plantel, como o atacante Igor Torres e o volante Matheus Jussa. No momento, seis reforços estão entre os titulares. A gestão foi assertiva no mapeamento de atletas e ofereceu condições para Vojvoda mudar o time.
- GOL – Luan Polli (Atlético-GO): contrato até o fim de 2023.
- ZAG – Emanuel Brítez (Unión Santa Fe, da Argentina): contrato até o fim de 2024.
- VOL – Fabrício Baiano (Caykur Rizespor, da Turquia): contrato até julho de 2024.
- VOL – Lucas Sasha (Aris, da Grécia): contrato até maio de 2024.
- VOL – Caio Alexandre (Vancouver, do Canadá): empréstimo até o fim de 2022.
- MEI – Rómulo Otero (Cruz Azul, do México): contrato até o fim de 2022.
- ATA – Thiago Galhardo (Internacional): empréstimo até o fim de 2022
- ATA – Pedro Rocha (Spartak Moscou, da Rússia): contrato até o fim de 2023.
Mudança tática
O Fortaleza se tornou a sensação da Série A de 2021 com um modelo tático diferente com Vojvoda: 3-5-2. Logo no estreia no futebol brasileiro, o treinador argentino implementou uma linha de três defensores e fortaleceu a estrutura de alas, consolidando Yago Pikachu como destaque da equipe.
Com a saída de pilares dessa formação (Pikachu, Éderson e David), o time precisou reinventar o modelo de jogo e conseguiu com a chegada de reforços. Vojvoda aderiu o 4-3-3, com maior compactação no meio-campo, extremos no ataque e muitas vezes trabalhando menos com a bola.
“Nesta parte da competição, são jogos intensos, de desgaste muito alto e, para isso, necessitamos de um elenco amplo e com muita competição interna, como temos neste momento”, afirmou após o empate com Athletico-PR. Vojvoda também expandiu a formação e tem variações (4-4-2 e 4-2-3-1).
Solidez defensiva
Como reflexo das mudanças, o Fortaleza evoluiu a defesa na Série A. Mais compacto e reativo, com a marcação intensificada a partir do meio-campo, com auxílio dos atacantes, o time conseguiu reduzir o número de gols sofridos e tem a 4º melhor defesa do returno, sendo a 6º do âmbito geral.
No quesito, um nome se sobressai: Fernando Miguel. O goleiro voltou a equipe na reta final e acrescentou segurança aos companheiros, se consolidando como liderança técnica no setor. Em um período importante da reação, ficou sete jogos sem ser vazado, conquistando a 3º maior sequência de um atleta da posição na era dos pontos corridos do Brasileirão, totalizando 648 minutos.
A defesa também ganhou com a contratação do argentino Emmanuel Brítez. O zagueiro polivalente atua como zagueiro, lateral-direito e lateral-esquerdo. Desde a chegada, foi utilizado em todas as posições e se firmou como pilar do atual Fortaleza ao lado de peças como Benevenuto e Capixaba.
Foco na Série A
O último ponto listado é o foco exclusivo na Série A. Durante o 1º turno, o Fortaleza sofreu com o excesso de competição e teve dificuldade para administrar a concentração do elenco. De um ano histórico em 2021, virou para 2022 já com as conquistas do Estadual e da Copa do Nordeste, além de chegar até as oitavas da Libertadores da América e às quartas de final da Copa do Brasil.
O excesso de desgaste, a tensão dos torneios eliminatórios e o elenco mais curto até o meio da temporada pesaram, com o Brasileirão distante do 1º objetivo. A saída dessas competições e o conjunto de medidas acima permitiram a arrancada do Leão, próximo de garantir a permanência.
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