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Ceará já tem 70% de leitos Covid da primeira onda e deve atingir maior número da pandemia em março

Realocação de leitos de UTI e enfermaria para acolher pacientes com a doença voltou a crescer após meses destinados ao atendimento de outras demandas de saúde.

Os casos e internações por Covid-19 voltaram a aumentar no Ceará, desde janeiro, exigindo de entidades públicas e privadas a reabertura de leitos exclusivos para o tratamento da doença. Somente na rede estadual de saúde do Ceará, o número de equipamentos disponíveis para atender à doença já chegou a 70% dos leitos ativos na primeira onda de internações, entre abril e junho do ano passado, e deve atingir o maior número de toda a pandemia até o fim de março.

Atualizado em 22/2, 20h30

CearáNordesteBrasil
Nº de Casos411 9042 394 45210 195 160
Nº de Óbitos11 00855 022247 143
Fonte: Ministério da Saúde/Sesa Descarregar estes dados Criado com Datawrapper

“O momento epidemiológico é diferente. Existem muitas dúvidas sobre mutações, o potencial de contágio, a gravidade. Por esse motivo, é preciso maior isolamento, que faz com que a transmissibilidade viral reduza”, declarou o secretário.

Conforme o gestor, apesar do agravamento dos números, a letalidade verificada por causa da doença está menor. “Estamos nos preparando da maneira mais correta, fazendo compra e estoque de EPIs (equipamentos de proteção individual) e materiais. No pico da pandemia, faltaram vários desses itens. Estamos procurando dar ao fortalezense confiança, capacidade de resposta na crise e, principalmente, solidariedade”, disse o secretário Dr. Cabeto.

VACINÔMETRO NO CEARÁ | COVID-19

tualizado em 22/2, 17h36

Receberam 1ª doseReceberam 2ª doseDoses recebidas
262.50149.482449.900
Fonte: Secretaria da Saúde do Ceará
Descarregar estes dados Criado com Datawrapper

Expansão na rede privada

O movimento de ampliação de leitos também segue na rede de hospitais privados do Ceará. De acordo com a plataforma IntegraSUS, o ano começou com 281 leitos particulares, sendo 98 de UTI e 183 de enfermaria. No último domingo, chegou a 835 – desse total, 282 eram UTIs e 553 eram de enfermaria. Em junho do ano passado, a rede privada chegou a ter 361 UTIs e 853 enfermarias, segundo o IntegraSUS.

Sobreposição de vírus

O biomédico e microbiologista Samuel Pereira percebe que os quadros de infecção respiratória por diversos vírus vêm aumentando exponencialmente em Fortaleza. A circulação deles só deve cair por volta do mês de julho. Conforme o especialista, no cenário da pandemia, os casos historicamente esperados se somam ao coronavírus, gerando demanda extra por serviços de saúde.

“Se continuar nesse ritmo, com 90% de ocupação – e o esperado é que o número de casos aumente nas próximas semanas -,  em duas três semanas podemos ter um sistema que já não vai mais conseguir comportar nenhum paciente”, alerta Pereira.

Segundo ele, a sobrecarga de UTIs pode sobrecarregar outros setores, como o cardiológico e o traumatológico, levando a “um déficit de capacidade para atender a outras demandas”. 

Pereira lembra ainda que o perfil de acometidos e internados pela doença também mudou entre os dois períodos. No início da pandemia, os mais afetados foram idosos acima de 65 anos. “Hoje, mais da metade tem menos de 65 anos. Isso indica que houve uma migração desses agentes, ou por mudança de perfil epidemiológico ou variações do vírus, que aumentou a capacidade dele de afetar uma população mais jovem, que também é mais exposta”, observa. 

Aumento de internações

As internações por Covid-19 em UTIs atingiram, nessa segunda-feira (22), o maior número desde junho de 2020, o pico de ocupação nessas unidades, de acordo com a plataforma IntegraSUS. Ao todo, 746 UTIs estavam ocupadas no Estado, 30 a mais que no domingo, quando 716 pessoas precisavam do suporte. No dia 2 de junho do ano passado, 951 pessoas estavam em UTIs em um único dia.

A ocupação desse tipo de leito vinha em queda desde julho de 2020 e atingiu o menor número em 24 de dezembro, quando teve 163 pessoas internadas. Contudo, a demanda voltou a crescer a partir da segunda semana de janeiro de 2021, acelerando na primeira semana de fevereiro e mantendo curva ascendente desde então. 

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Marcio Sousa

Editor chefe, Radialista profissional e Diretor de Programação da Taperuaba 98,7 FM

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