Bombardeio russo contra escola no leste da Ucrânia deixa 60 mortos, diz Zelensky
Rússia está intensificando esforços na conquista de mais territórios no leste da Ucrânia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou, neste domingo (8), que o ataque aéreo russo a uma escola ucraniana que servia de abrigo antibombas para civis deixou ao menos 60 mortos. O incidente no vilarejo de Bilohorivka é um dos mais mortais contra civis na Ucrânia desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro.
O ataque ocorreu quando as forças do presidente russo Vladimir Putin intensificaram esforços para consolidar seu território antes do dia 9 de maio, um conhecido como ‘Dia da Vitória’na Rússia. Ele marca a rendição da Alemanha Nazista para a União Soviética na 2ª Guerra Mundial.
Os sons dos confrontos ressoaram ao longo da estrada para Bilohorivka. Enquanto as forças ucranianas e russas trocavam mísseis e fogo de artilharia, os soldados pediram o recuo de carros civis.
Um vídeo do que restou da escola mostra bombeiros cavando os escombros enquanto pequenas chamas surgem no local. Não fica claro quantas pessoas estavam dentro da unidade e se havia soldados presentes na área no momento do ataque. Segundo Zelenski, todos os 60 mortos eram civis.
“Eles estavam tentando se abrigar em um prédio escolar comum que foi alvo de um bombardeio aéreo russo”, acrescentou o presidente, durante sua intervenção na reunião do G-7, na qual os líderes se comprometerem a proibir ou eliminar gradualmente as importações de petróleo russo.
Serhiy Haidai, governador da região leste de Luhansk, onde fica Bilohorivka, havia dito anteriormente que havia 90 pessoas no porão e que apenas 30 foram resgatadas; o restante provavelmente ainda estava sob os destroços.
Serhiy Haidai, governador da região leste de Luhansk, onde fica Bilohorivka, havia dito anteriormente que havia 90 pessoas no porão e que apenas 30 foram resgatadas; o restante provavelmente ainda estava sob os destroços.
Contudo, civis retirados da escola relataram que havia 37 pessoas abrigadas lá. “Só restam 12 de nós vivos”, disse um dos quatro entrevistados por repórteres do Washington Post ao deixarem um hospital na cidade de Bakhmut.
Operação de resgate
“Estávamos dentro daquele porão havia um mês”, disse uma mulher de 57 anos que se identificou como Irena, apresentando pescoço e rosto inchados. “Estávamos jantando quando aconteceu. Não sabíamos o que nos atingiu.”
De acordo com Haidai, as equipes de resgate levaram quase quatro horas para debelar o fogo, que foi causado por uma bomba de um avião russo.
As forças russas e ucranianas usaram, em algumas ocasiões, escolas vazias como bases. O ataque à escola ocorreu em meio a temores crescentes de que Putin possa usar o feriado do Dia da Vitória de segunda-feira para desencadear, mesmo que temporariamente, um ataque ainda mais duro à Ucrânia.
A Rússia está concentrando esforços em tomar mais território no leste da Ucrânia, onde o conflito entre o Exército ucraniano e separatistas apoiados pela Rússia foi iniciado em 2014.
Civis como alvo
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos estimou, na sexta-feira (6), que mais de 3,3 mil civis foram mortos na guerra – um número que observadores independentes dizem ser provavelmente subestimado. Centenas de escolas e hospitais em todo o país foram destruídos desde a invasão russa em 24 de fevereiro.
No leste da Ucrânia, onde os combates são agora mais intensos, muitos moradores fugiram dos bombardeios. As autoridades estimam que restam apenas 50 mil pessoas na parte ucraniana de Luhansk, onde esta escola estava localizada.
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