Boliviana que mostrou erro em voo da Chapecoense está refugiada no Brasil
Celia Castedo Monasterio, apontada como responsável por ter autorizado o plano de voo do avião da Lamia e que pediu refúgio ao Brasil, deixou a Bolívia de forma ilegal na segunda-feira para viajar até Corumbá (MS).
O ministro do Governo Boliviano, Carlos Romero, deu esta informação durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira.
“Não há nenhum pedido de apreensão, mas Celia Castedo não utilizou nenhum ponto legal de controle migratório. Sua saída do país foi ilegal. Iludiu os controles imigratórios”, afirmou. “Como saiu de forma ilegal, entrou no Brasil de forma ilegal e neste caso pode haver uma ação junto a Interpol”.
Ele também afirmou que não há motivos para a Justiça brasileira conceder refúgio permanente para Celia. “Não há nenhum argumento para sustentar solicitação de refúgio. Esta pessoa quer iludir a Justiça”, criticou.
Celia recebeu uma autorização da Polícia Federal do Mato Grosso do Sul para permanecer em território brasileiro pelo período de um ano, ou até que o caso seja apreciado definitivamente pelo Ministério da Justiça.
“O que ela deveria fazer é apresentar-se ao Ministério Público, dar a sua declaração. Aqui não se trata de acusar a alguém, senão de esclarecer um feito. Para isso há que se ver as responsabilidades das autoridades, servidores ou servidoras”, completou.
Romero pediu também a “expulsão imediata” de Celia do quadro de funcionários da AASANA (Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea). Ela foi suspensa na última semana pelo órgão.
Foi ela quem revisou os planos de voo do avião da Lamia antes do embarque. Um documento mostra a assinatura da funcionária, que chegou questionar o plano e apontar diversas falhas para Álex Quispe, um dos tripulantes da aeronave que caiu e uma das vítimas fatais do acidente.
O plano de voo foi apresentado à funcionária uma hora antes do avião decolar. Castedo afirma ter questionado o tripulante sobre cinco tópicos, entre eles o tempo de voo previsto de Santa Cruz de la Sierra até o aeroporto de Medellín – que era exatamente igual à quantidade de combustível da aeronave, não prevendo possíveis atrasos. Apesar dos questionamentos, porém, o avião foi autorizado e decolou do aeroporto Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.
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