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Análise: Fortaleza vence o Ceará no Castelão e leva vantagem para finais

Equipe de Rogério Ceni faz valer maior entrosamento, aproveita melhor suas chances e com a vitória no Clássico-Rei, termina 2ª Fase na liderança, garantindo vantagens nas finais, jogando por três empates para ser campeão

Vencer um clássico sempre tem um peso diferente, um algo a mais. Imagina quando esta vitória vem acompanhada de vantagens consideráveis para a sequência da competição. Ao bater o Ceará por 2 a 1 no Castelão, o Fortaleza não só terminou a 2ª Fase como líder, como garantiu vantagens para a sequência do Campeonato Cearense, jogando por três empates para ser bi-campeão estadual.

Ao encerrar como líder da 2ª Fase, o Leão joga por empates no tempo normal e na prorrogação na semifinal de sábado, contra Atlético ou Guarany. E se avançar para a decisão, também jogará por dois empates (ou dois resultados iguais) contra Ceará ou Ferroviário, já que o regulamento prevê esta vantagem para o time de melhor campanha geral, e o Leão já abriu 4 pontos para Vovô e Ferrão, não podendo, portanto, ser ultrapassado por um deles com a pontuação da semifinal.

Como se não bastasse as benesses do regulamento, o Leão tirou a invencibilidade do Vovô no ano, que já durava 16 jogos: eram 9 vitórias e 7 empates.

Sem dúvida são vantagens consideráveis para um time que se mostra o mais sólido do Campeonato Cearense, pelo comando de Rogério Ceni. Mais uma vez o treinador provou fazer as melhores escolhas em momentos decisivos da temporada, ao planejar dois times diferentes nos jogos contra Guarany, no caso o reserva, e ontem contra o Vovô, com um time titular.

Ao escalar dois times completamente diferentes, Ceni dá ritmo a todos, motiva a todos e principalmente, mostra que taticamente sua equipe está acima das demais.

Claro que o Clássico-Rei de ontem não foi uma partida fácil. Raramente é assim. O jogo até demorou para ter a intensidade necessária, começou morno, reflexo das arquibancadas vazias no Castelão pelo “novo normal” do futebol e pelo respeito tático das equipes, com muito estudo de parte a parte.

Mas em poucos momentos do jogo o Fortaleza foi inferior ao Ceará, talvez nos primeiros 15 minutos, mas mesmo neste curto período, o goleiro Felipe Alves não precisou fazer milagres em sua meta.

Aos poucos, o Leão foi se soltando no jogo, controlando-o, envolvendo o sistema defensivo alvinegro – desfalcado mais uma vez de Luiz Otávio, que ficou no banco, poupado – e criando as melhores chances.

Por setores, talvez só o meio de campo tricolor seja menos talentoso que o alvinegro, mas o sistema defensivo leonino funciona melhor, assim como o ataque, sempre rápido e finalizando melhor, como nos gols de Wellington Paulista e Yuri César.

Os dois, aliás, são o retrato de um ataque multifacetado, com um experiente centroavante de ofício, sempre perigoso e deixando o dele, enquanto o garoto, um jovem talento vindo do Flamengo que alia rapidez e finalização, com quatro gols em quatro jogos.

Ao abrir dois gols no início do 2º tempo, o Leão teve chances de ampliar – Prass fez bela defesa em chute de Romarinho – administrou o resultado, mas ainda viu o Ceará diminuir nos acréscimos, com um gol de Bergson.

Montagem

No Ceará, o técnico Guto Ferreira fez apenas seu segundo jogo e ainda busca uma formação, conhecer melhor os jogadores em situações de jogo.

Ao manter a mesma equipe da estreia, o treinador dá sinais que já busca um onze para aprimorar, mais ainda tem problemas nas laterais, que criam pouco, o meio campo ainda não consegue ser agudo o suficiente para criar chances de gol – Lima, Felipe e Vinícius estiveram abaixo – e Sóbis ficou isolado como referência.

Claro que o elenco do Vovô dá opções para o novo treinador fazer a equipe crescer de nível, mas ajustes precisam ser feitos, como o clássico mostrou.

Para as semifinais, o Vovô terá a vantagem de empates no tempo normal e prorrogação contra o Ferroviário no domingo, o que torna o Alvinegro favorito, mas vai precisar mostrar mais, principalmente se reencontrar o Fortaleza na decisão, ainda mais obrigatoriamente precisando vencer um dos jogos para ser campeão, hoje um time mais pronto.

Impressões

Ao fim da partida, os treinadores comentaram o desfecho do Clássico-Rei. “Em clássico, a equipe que sai na frente ganha um moral maior. Eles conseguiram um gol de bola parada e no segundo tempo caimos um pouco. Crescemos com as mudanças, mas infelizmente não conseguimos o empate. Estamos no início de trabalho e precisaremos melhorar bastante, apesar de termos pontos positivos também”, disse Guto Ferreira.

Já Rogério Ceni, mostrou-se satisfeito com o desempenho do Leão. “Pelo conjunto, conseguimos nos impor após um início melhor do Ceará. Tivemos sempre uma predisposição para tentar o segundo, o terceiro gol. Como um todo, a disposição de todos que entraram em campo. Eles sabem o que têm que fazer, as jogadas, as trocas de passes, as movimentações e mantiveram um padrão. Executaram bem”, disse Ceni.

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Marcio Sousa

Editor chefe, Radialista profissional e Diretor de Programação da Taperuaba 98,7 FM

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