Corpo do menino Isaque, morto em tiroteio, é velado no bairro Bom Jardim
O pequeno caixão branco ocupava o espaço da sala da casa localizada na rua Doutor Fernando Augusto, Grande Bom Jardim, em Fortaleza, na manhã desta quinta-feira, 26. A rua, repleta de gente. Isaque foi morto após troca de tiros entre policiais e criminosos no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, na última quarta-feira, 25.
A mãe de José Isaque Santiago da Silva, de seis anos, usava camisa com os personagens do filme Vingadores. Na camisa os dizeres “Mãe do Isaque”. A blusa era uma prévia da festinha que comemoraria os sete anos do menino. O aniversário seria no dia 5 de maio O pai de Isaque vestia uma e a do irmão do garoto havia sido confeccionada também. A tia de Isaque comenta “o sonho dele era ser um Vingador”.
Os gritos da mãe se misturavam com uma música do Legião Urbana que tocava no momento. “É tão estranho/ os bons morrem jovens/ assim parece ser/ Quando me lembro de você que acabou indo embora/cedo demais”
Era a homenagem do pai do Isaque, que junto do pequeno caixão branco, sentia a dor da perda e se perguntava: “O que fizeram com meu Isaque?”. A música seguia: “Vai com os anjos/Vai em paz/Era assim todo dia de tarde/A descoberta da amizade/ Até a próxima vez”.
Gente de todo o bairro foi dar o adeus ao pequeno Isaque. Uns com semblante de saudade, outros de raiva. Uma mulher segurava faixa pedindo Justiça. Os amiguinhos estavam lá. Um menino de nove anos, outro de sete e um de seis anos. Todos lado a lado. Não choravam. Um deles relembrou: “Ele chegava aí e chamava nós pra brincar de bila tudim ai (SIC)”.
O pai de Isaque, Márcio Santos, diz que não estava em casa quando aconteceu o crime. O menino foi almoçar na casa da avó, quem mora vizinho. Isaque estava banhado e pronto para ir à escola. Por volta de 12h30min, começou a operação. De acordo com o avô, Adauto, na casa da avó, estava uma tia do menino, que trocou tiros com policiais. Ainda conforme o avô do menino, ela chegou a colocar a criança na frente.
“Eu não estava em casa. Eu estava no Centro da Cidade. Sai de manhãzinha e deixei o portão trancado. Eu moro vizinho aonde aconteceu a tragédia, que foi na casa da minha sogra. Chegou na hora de ele ir para o colégio e tomou banho, era doze e meia. Ele foi almoçar na avó. A Polícia chegou de uma vez e tinha uma tia dele, que era errada, e ela reagiu com eles. Ela pensava que eram os inimigos”, relatou o pai do menino.
Conforme o avô do Isaque, a mulher, tia da criança, confundiu a Polícia com integrantes de uma facção rival e atirou. Ela colocou a criança na frente dela. A tia foi baleada na perna, a avó de Isaque também saiu ferida. O menino fazia a 1ª série na Escola Municipal Herbert de Sousa, localizada na Rua Urucuba. Funcionários. Estudantes estiveram presentes no velório.
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