Facção paulista que aliciava PMs e praticava jogo do bicho movimentou R$ 300 milhões no Ceará
Dois policiais militares do Ceará foram presos. Interpol foi acionada para localizar uma mulher que mora na Argentina
Um braço de uma facção criminosa paulista foi alvo da Operação Primma Migratio, deflagrada pelas forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco) do Ceará, São Paulo e Santa Catarina nesta quarta-feira (24). A organização criminosa, que contava com o apoio de policiais militares e praticava jogo do bicho, movimentou mais de R$ 300 milhões no Ceará.
A Ficco cumpre 22 mandados de prisão preventiva, 36 mandados de busca e apreensão em endereços situados nos Estados do Ceará, São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, além do sequestro de 42 veículos atribuídos aos investigados. Entre os alvos estão dois policiais militares do Ceará, que foram presos.
Os mandados foram expedidos pela Vara de Delitos de Organização Criminosa do Ceará e um deles foi inserido na Difusão Vermelha da Interpol (Polícia Internacional), em razão de uma investigada ter residência recente na Argentina.
Após dois anos de investigação, foram coletadas evidências de que cúpula dessa organização criminosa migrou parte de sua estrutura gerencial do Estado de São Paulo com o objetivo de implantar no Ceará rentáveis atividades clandestinas, como o tráfico de drogas e armas, a exploração de jogos de azar, entre os quais o ‘Jogo do Bicho’, além da lavagem de dinheiro dessas atividades ilegais em loteria esportiva administrada pela organização criminosa”, divulgou a Polícia Federal (PF), que coordena a Ficco no Ceará.
A PF afirmou ainda que há indícios de que a organização criminosa movimentou mais de R$ 300 milhões no Ceará, nos últimos anos, e que parte desses recursos seria empregada na corrupção de servidores públicos.
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará é composta pela Polícia Federal, Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), Polícia Militar do Ceará (PMCE), Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado do Ceará (SAP).
As ordens judiciais foram cumpridas com o apoio operacional de policiais militares do Comando Tático Motorizado (COTAM), do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE).
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