PM e homem são presos suspeitos de envolvimento em mortes de pai e filho no Eusébio
Autoridades seguem em busca de outras duas pessoas — sendo uma delas policial militar — por supostamente participar do crime, registrado ano passado
Um polícia militar e um homem foram presos, nessa quarta-feira (28), suspeitos de envolvimento no crime que resultou na morte de pai e filho, em agosto do ano passado, no município do Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Além da dupla, outro soldado da Polícia Militar está detido, desde a época do ocorrido, devido ao duplo homicídio.
As novas prisões foram resultados de uma operação deflagrada nesse mesmo dia, em Fortaleza, pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), por intermédio da Delegacia de Assuntos Internos (DAI). A ação visava cumprir quatro mandados de prisão em desfavor dos dois capturados e de outras duas pessoas — uma delas também é policial militar.
No entanto, os agentes localizaram somente metade dos alvos. Os demais são considerados foragidos.
Além das ordens de prisão, a Vara Criminal do Eusébio também emitiu mandados de busca e apreensão em desfavor dos acusados. Segundo a CGD, os itens apreendidos passam a integrar o conjunto de elementos de informação do inquérito policial.
O duplo homicídio ocorreu na manhã do dia 18 de agosto de 2023. Francisco Adriano levava o filho para a escola, em um carro, quando houve um tiroteio e ambos foram executados. Na mesma data, o soldado da PM, Paulo Roberto, foi preso em flagrante e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Estadual.
ADOLESCENTE ERA O ALVO DA AÇÃO CRIMINOSA
A investigação da DAI levantou provas de que o PM Paulo Roberto Rodrigues de Mendonça, detido desde agosto, cometeu o crime e que o principal alvo do ataque criminoso era o adolescente de 13 anos.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), laudos periciais de Exame de Comparação Balística, elaborados pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce), concluíram que as munições apreendidas no local de crime e no corpo do adolescente apresentavam convergência com uma arma de fogo apreendida na posse do policial militar.
Outro exame pericial apontou que uma balaclava e uma camiseta, de cor preta, apreendidas com o policial, continham partículas indicativas de disparos de arma de fogo. A motocicleta utilizada no crime ainda pertencia ao policial.
O corpo do adolescente tinha 14 perfurações causadas por entradas e saídas de projéteis e o do pai, Francisco Adriano da Silva, apenas duas perfurações. “No caso, as circunstâncias das execuções, aliadas à desproporção de lesões compatíveis com projéteis de arma de fogo (PAF) nos corpos das vítimas, levaram à conclusão que o adolescente era o alvo principal dos criminosos”, concluiu o MPCE.
Até novembro de 2023, a investigação não chegou a descobrir qual era a motivação do crime. Em depoimento, familiares das vítimas afirmaram que eles nunca falaram de sofrer ameaças, nem estavam com o comportamento alterado, nos dias anteriores ao crime. Já o PM preso preferiu se manter em silêncio, ao ser interrogado na DAI.
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