Mansão de russo no Eusébio é alvo de busca e apreensão da Polícia Federal
Estão sob investigação russos já condenados no país de origem e brasileiros. Suspeita é lavagem de dinheiro
A Polícia Federal cumpriu, nesta terça-feira (27), mandados de busca e apreensão em uma mansão no município de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza. Um dos alvos da “Operação Briansk”, deflagrada pela PF, é um russo que mora na residência de luxo. A ação visa desarticular uma organização criminosa envolvida em processos de lavagem de dinheiro mediante uso de criptomoeda.
De acordo com informações da PF, foram cumpridos, no total, 10 mandados, incluindo, além de Eusébio, as cidades de Florianópolis e Goiânia. Estão sob investigação russos já condenados no país de origem e brasileiros.
Contra os alvos, foi decretado o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de deixar o país e de transacionar criptoativos, além do sequestro de bens, como joias, casas e apartamentos de alto padrão, terrenos e automóveis de luxo adquiridos pelos investigados no Brasil. Também foram decretados os bloqueios de contas bancárias vinculadas a 25 pessoas físicas e jurídicas, além de contas em exchanges, visando sequestro de valores em moeda nacional e de criptoativos.
Segundo as investigações, o russo que teve a mansão alvo de busca e apreensão no Ceará foi condenado em 2015, na província de Samarskaya, a 10 meses de prisão pelo crime de roubo. Ele ingressou no Brasil em agosto de 2018 e, até o momento, não foi localizado pedido de naturalização.
O crime investigado é o de lavagem de dinheiro, que prevê pena de até 10 anos de reclusão e multa.
MODUS OPERANDI
Responsável pelas investigações, o delegado Cleo Matusiak Mazzotti informou que, há aproximadamente um ano e meio, a Polícia Federal detectou que alguns estrangeiros de origem russa chegaram a Florianópolis sem qualquer declaração de renda e passaram a ostentar um alto padrão de vida, adquirindo um número significativo de imóveis, automóveis de luxo e joias.
Após conseguirem se radicar no Brasil, os suspeitos passaram a integrar quadros societários de empresas. A partir das diligências, foi comprovado que os valores advinham de exchanges, de instituições que negociam criptomoedas. Conforme o delegado, um processo de mixagem era realizado, que é a junção de valores de criptomoeda de diversas pessoas, antes de ser repassada para outro indivíduo.
“Nas contas das exchanges desse integrante da organização criminosa, elas eram repassadas para operadores do sistema, que eram radicados em Goiânia. Transformavam em reais por meio de uma corretagem, e daí faziam o depósito em contas vinculadas tanto aos alvos, quanto às empresas abertas pelos alvos”, explica Mazzotti.
Ainda de acordo com o delegado, os alvos abriam muitas empresas no Brasil e adquiriam imóveis e bens móveis de luxo, principalmente por pagamento em espécie, o que dificultava o processo de rastreamento.
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