Facção que atua no Pirambu, em Fortaleza, recebia ordens do Rio de Janeiro, diz Polícia Civil
O principal alvo de uma operação, o mediador das ordens entre os dois estados, foi preso na residência de familiares
A facção carioca que foi alvo da Operação Capto da Polícia Civil do Ceará (PCCE), na última terça-feira (20), suspeita de ameaçar moradores do Grande Pirambu, em Fortaleza, e de estar ligada a um homicídio e tentativas de homicídio contra policiais militares, recebia ordens direto do Rio de Janeiro.
Sete mandados de prisão preventiva foram cumpridos contra suspeitos de integrar a organização criminosa e outros dois homens foram presos em flagrante, por tráfico de drogas. Com a quadrilha, foram apreendidos cerca de 4,8 kg de maconha e skunk (uma maconha mais forte), além de oito aparelhos celulares.
A reportagem apurou que o principal alvo da Operação foi Francisco Crislano de Oliveira Araújo, o ‘Slan’, de 27 anos, que seria o mediador das ordens da alta cúpula da facção, sediada no Rio de Janeiro, com os criminosos que atuavam no Grande Pirambu. Ele foi preso na residência de familiares.
“As investigações apontam que ele fazia contato direto com essa cúpula da organização criminosa, alguns aqui e outros no Rio de Janeiro, inclusive foragidos da justiça cearense. Ele tem uma participação relevante, pois participava diretamente da logística da organização criminosa, seja nos crimes de tráfico de drogas, seja nos crimes violentos”, define o delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Alisson Gomes.
Com a apreensão dos celulares, a Draco pretende aprofundar as investigações sobre os crimes cometidos pela organização criminosa, que é suspeita de ameaçar moradores do Grande Pirambu para não abrirem o comércio nem realizarem festas, após a morte de Fábio de Almeida Maia, o ‘Biu’, em uma operação policial no Rio de Janeiro, no início deste mês de fevereiro.
A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas também irá enviar cópias da investigação sobre a facção para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o assassinato do soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Bruno Lopes Marques, no Carlito Pamplona (bairro vizinho do Pirambu), no dia 12 de fevereiro último; e o tiroteio que deixou cinco PMs baleados, na Barra do Ceará (também próximo ao Pirambu), no último dia 17. A facção é suspeita de envolvimento com os dois casos.
“Essa é uma das respostas das Forças de Segurança como um todo. Foi uma operação contundente e foram prisões que a gente reputa estratégicas. Nós acreditamos que essas prisões resultam em desorganização momentânea do grupo criminoso e renova nossos materiais investigativos para a deflagração de mais operações”, conclui Alisson Gomes, sobre a Operação Capto.
FORAGIDO DO CEARÁ ESTARIA NO RIO DE JANEIRO
A Polícia cearense suspeita que um dos emissores das ordens para a organização criminosa cometer os últimos crimes no Grande Pirambu é Carlos Mateus da Silva Alencar, o ‘Skidum’, 29, que figura na lista dos Mais Procurados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).
“Ele (‘Skidum’) não foi um alvo específico dessa Operação, mas é um alvo permanente das nossas investigações, tanto que consta na lista dos Mais Procurados da Secretaria da Segurança Pública. O objetivo hoje (da Operação) foi atacar a espinha dorsal a ele ligada. O preso de hoje recebia as ordens dele e organizava a logística aqui”, relacionou o titular da Draco.
Levantamentos realizados pela Polícia Civil do Ceará apontam que ‘Skidum’ estava junto de ‘Biu’, quando o comparsa foi morto em uma operação policial no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro. A suspeita é que ele continue em terras cariocas, devido à condição de foragido da justiça cearense.
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