Educador físico que matou a esposa guardava facas em estante e organizava grupos de oração
Uma vizinha do casal disse não desconfiar que ele fosse matar a esposa, pois era “tranquilo, religioso e dedicado à família”
Antônio Márcio Ribeiro Parente e Silva, 49, educador físico preso por esfaquear e matar a esposa Cristiane Lameu e Silva, 45, a facadas na residência do casal e na frente do filho de 11 anos no bairro Luciano Cavalcante, guardava facas na estante da casa por “segurança” e era considerado pela vizinhança como “tranquilo e religioso”.
Em interrogatório na Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza (DDM), ele contou que durante uma discussão com a mulher pegou uma das facas, que estava em cima de uma mesa, o que classificou como um “momento de loucura”.
Uma das vizinhas do casal relatou, em depoimento à Polícia Civil, que “nunca desconfiou” de Márcio, pois o homem era “dedicado à família”. Ele, inclusive, organizava grupos de oração com a vizinhança.
Em uma dessas reuniões religiosas recentes, o preso chegou a dar a entender que passa por problemas familiares e disse que “queria lutar pela família”, segundo consta no interrogatório dele após o crime.
Sobre os momentos que antecederam o crime, Márcio relata que queria resolver desentendimentos que vinha tendo com Cristiane, mas eles acabaram entrando em luta corporal e ele “fez besteira”.
O suspeito revelou que guardava facas em um móvel porque “tinha sonho de ser policial e treinava para passar [na prova]”. Ainda segundo o inquérito, Márcio é faixa preta em defesa pessoal e também professor na área.
Conforme o auto de apresentação e apreensão na cena do crime foram recolhidos na casa:
- Faca tática
- Pistola de airsoft
- Espingarda de chumbo
- Espada
- Bastão de ferro retrátil
‘RELAÇÃO ÓTIMA’, DIZ VIZINHA
Ainda em depoimento, a vizinha, que não será identificada nesta matéria, disse que achava a relação entre Márcio e Cristiane “ótima” quando estava na presença deles. Eles desenvolveram uma relação de amizade e chegaram a sair para se divertir aos fins de semana.
Ela ainda definiu o homem como uma pessoa que “demonstrava preocupação excessiva no geral, pois sustentava a mãe e a irmã dele”.
O único relato negativo é que nos últimos seis meses ouviu discussões, e sabia que o filho deles presenciava. Márcio chegou a confidenciar ao marido da vizinha que eles estavam em processo de separação, mas Cristiane nunca chegou a comentar nada.
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