Politica

Policia Federal investiga se Camilo Santana era monitorado irregularmente pela Abin, diz jornal

Petista teria sido espionado por organização criminosa instalada na Abin enquanto era governador do Ceará. Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes também estariam entre os monitorados

A organização criminosa instalada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), alvo da Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (25), teria espionado o ministro da Educação, Camilo Santana, quando ele ainda era governador do Ceará. Segundo divulgado pelo jornal O Globo, na época, drones monitoraram a residência oficial do petista, em Fortaleza.

Diário do Nordeste solicitou à assessoria de Camilo um posicionamento sobre o assunto e aguarda retorno. 

Conforme informações do jornal, as investigações da PF descobriram que, em 2021, policiais flagraram drones, operados por integrantes da Abin, sobrevoando o endereço onde morava Camilo, no bairro Meireles.

Na época, a agência de inteligência chegou a instaurar um processo administrativo contra dois servidores, suspeitos de envolvimento no episódio, mas o caso acabou sendo arquivado. 

Em outubro do ano passado, a Operação Última Milha da PF descobriu provas que indicavam que um grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin. Os membros do esquema teriam utilizado ferramentas e serviços da instituição para ações ilícitas, produzindo informações visando o uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da PF.

MONITORAMENTO DE MINISTROS

Além de Camilo Santana, a organização ainda teria produzido dossiês sobre os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo como O Globo, os documentos indicavam uma tentativa de relacionar os magistrados a uma facção criminosa, visando difundir notícias falsas.

Além do monitoramento irregular das autoridades federais e do cearense, os criminosos ainda são investigados pelo uso indevido de programa secreto chamado FirstMile. O software seria usado para espionar a localização de pessoas pré-determinadas, através dos aparelhos celulares, durante a gestão do então presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Inquérito da PF ainda apurou que a ferramenta foi usada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo da época. 

Nesta quinta-feira, agentes da corporação federal cumprem mandados de busca e apreensão contra o deputado Alexandre Ramagem (PL), diretor da Abin na época, além de policiais federais cedidos à agência e servidores da instituição no período. O parlamentar ainda não se manifestou sobre o caso.

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Marcio Sousa

Editor chefe, Radialista profissional e Diretor de Programação da Taperuaba 98,7 FM

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