Chefes de facções, policiais e empresários: Gaeco cumpriu 110 mandados contra alvos em 2023
Investigados foram alvos de 16 mandados de prisão e 94 mandados de busca e apreensão, além de medidas de quebra de sigilo bancário e telemático e sequestro de bens
O avanço das organizações criminosas exige investigações complexas e a análise de uma série de dados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), segundo o coordenador do Órgão, o promotor de Justiça Adriano Saraiva. Chefes de facções e outros traficantes, empresários, policiais e outros agentes públicos foram alvos de 110 mandados de prisão e de busca e apreensão, cumpridos pelo Grupo, em 2023.
Ao total, o Gaeco participou de 13 ações, entre operações em que foi o titular ou auxiliou outros órgãos. O objetivo era cumprir 25 mandados de prisão preventiva e 99 mandados de busca e apreensão (124 ao total), dos quais foram cumpridos 16 mandados de prisão e 94, de busca e apreensão, neste ano. A pedido do Órgão, a Justiça Estadual também decretou medidas de quebra de sigilo bancário e telemático e sequestro de bens de diversos investigados.
Adriano Saraiva avalia o ano de 2023 para o Grupo como “extremamente positivo”. “Essas ações acabaram retirando das ruas elementos nocivos para a sociedade, contribuindo significativamente para a diminuição da criminalidade, sem falar no enfraquecimento do braço financeiro dessas organizações criminosas, com esse novo olhar do Gaeco no combate à lavagem de dinheiro, através de medidas constritivas, a exemplo do bloqueio de bens”.
Entre os destaques do Órgão no ano, estão as fases 9 e 10 da Operação Gênesis, deflagradas juntas no dia 2 de fevereiro último. Na ocasião, o Gaeco tinha o objetivo de cumprir 5 mandados de prisão e 31 mandados de busca e apreensão (dos quais foram cumpridos 4 e 28 mandados, respectivamente) contra uma organização criminosa composta por policiais militares e traficantes, que cometia crimes como extorsão, tráfico de drogas e corrupção, na Grande Fortaleza.
Agentes de segurança também foram presos na Operação Interitus, deflagrada em novembro. Mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos contra 3 PMs e um guarda municipal de Fortaleza, suspeitos de integrar outra organização criminosa, que cometeria crimes como extorsão, lavagem de dinheiro e até homicídios, na Capital.
Já a Operação Fagos, deflagrada no último dia 12 de dezembro, tinha o objetivo de desarticular uma organização criminosa liderada por empresários, com envolvimento de agentes públicos, suspeita de fraudar licitações de contratação de cooperativas de saúde em pelo menos 21 municípios cearenses. A ofensiva visava cumprir 5 mandados de prisão e 20 mandados de busca e apreensão – dos quais 3 e 18 foram cumpridos, respectivamente.
COMBATE ÀS FACÇÕES CRIMINOSAS
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas, do Ministério Público do Ceará, também realiza investigações contra facções que atuam no Estado. Em abril, o Gaeco cumpriu um mandado de prisão e outro de busca e apreensão contra um preso que, mesmo encarcerado na Unidade Penitenciária de Itaitinga III, mantinha a função de “Salveiro Geral” de uma facção. O alvo único da Operação Manifesto era responsável por receber os comunicados da organização criminosa, oriundos das ruas ou do próprio sistema prisional, e de repassá-los para outros detentos. Com ele, foram apreendidas 7 tampas de “quentinhas” com mensagens dirigidas a outros presos.
Chefes de facções criminosas foram alvos da Operação Sintonia, comandada nacionalmente pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), com apoio do Gaeco do MPCE, no Ceará, deflagrada em maio. De oito mandados de prisão preventiva determinados para o território cearense, dois foram cumpridos. O principal alvo no Estado fugiu para a Guiana Francesa, segundo as investigações.
Para 2024, o promotor de Justiça Adriano Saraiva afirma que “o Gaeco espera aumentar ainda mais a sua atuação no combate às organizações criminosas, e para isso vai ampliar às parcerias com todos os órgãos envolvidos no combate às ‘orcrins’ (resumo de ‘organizações criminosas’), bem como no investimento de novas ferramentas que possam ajudar as investigações”.
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