Pequenas empresas podem economizar até 40% na conta de energia a partir de janeiro
Restaurantes, padarias, postos de combustíveis, pequenos comércios e indústrias poderão migrar para o mercado livre de energia a partir do próximo mês
O mercado livre de energia vive grande expectativa com a possibilidade de adesão por parte de pequenas empresas a partir de janeiro de 2024. Negócios como padarias, restaurantes, postos de gasolina, entre outros, poderão contratar energia de outras empresas – que não a Enel Ceará, por exemplo, o que pode gerar uma redução de 30% a 40% na conta.
A nova regra permite que pequenas indústrias e comércios, conectados à alta tensão, que usam voltagem acima de 2,3 kV negociem preços e comprem a energia diretamente de empresas geradoras. Conforme projeção da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), em torno de 165 mil unidades consumidoras em todo o Brasil poderão fazer a migração do modelo convencional – o ACR (Ambiente de Contratação Regulada) para o mercado livre.
Essa movimentação já começou, como explica José Carlos Reis, diretor de Comercialização de Energia da AES Brasil, empresa que está entre as três maiores do País no segmento. “Para migrar para o Mercado Livre, o consumidor precisa notificar a sua distribuidora seis meses antes do vencimento do contrato”, diz o especialista, segundo quem já é possível sentir um termômetro.
Mais de 12,8 mil empresas já informaram às distribuidoras que vão transferir os contratos para o mercado livre.
QUANDO VALE A PENA MIGRAR?
A migração pode ser vantajosa para faturas de energia acima de R$ 10 mil, destaca Reis. Para aderir, é recomendável procurar empresas que assessorem essa transição. Os especialistas checam se o cliente é elegível e verificam as informações da conta, comparando o gasto no mercado regulado e no mercado livre.
O momento para a mudança é oportuno, destaca Reis, pois o preço da energia no mercado livre está no piso, em decorrência da grande oferta hidrológica no País. “É um alinhamento planetário perfeito”, comenta. Esse cenário pode ser revertido futuramente, na eventualidade de uma estiagem, mas não a ponto de tornar o mercado livre desvantajoso.
“Esse assessoramento é fundamental para que seja definido o montante ideal de contratação e mecanismos que protejam esse cliente de oscilações. O ideal é aquele contrato de um volume base, mas que ele possa oscilar para mais ou para menos sem ficar exposto a preço de mercado, porque uma vez que ele fechou o contrato, aquele preço é definido por todo o horizonte do contrato, de um a cinco anos, por exemplo, reajustado pelo IPCA. Porém, se faltar energia, vai ter que ser comprada no mercado e aí você está sujeito ao cenário”, explica.
O QUE É O MERCADO LIVRE DE ENERGIA?
O mercado livre de energia é um ambiente de negociação de energia elétrica, no qual os consumidores podem escolher o próprio fornecedor e negociar preço, prazo, quantidade e demais condições.
No mercado livre, os consumidores são livres para contratar energia elétrica de qualquer empresa geradora ou comercializadora, independentemente da sua localização. Isso permite que eles escolham o fornecedor que oferece as melhores condições para suas necessidades.
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