Estudantes cearenses modificam microalga para combater mosquito Aedes aegypti
Um projeto desenvolvido por estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade de Brasília (UnB) poderá combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, inseto responsável pela transmissão de doenças como Dengue, Zika Vírus, Febre Chikungunya e Febre Amarela.
O aluno de pós-graduação de Biotecnologia de Recursos Naturais da UFC, Marcus Rafael Lobo Bezerra, de 23 anos, explica que as microalgas, chamada Chlamydomonas reinhardtii, é modificada geneticamente e produz uma proteína inseticida, de nome Cry. Com isso, a espécie de água doce pode ser colocada em caixas d’água e em outros locais onde o Aedes aegypti costuma se reproduzir.
Segundo o aluno, a proteína é tóxica apenas para as larvas do mosquito, não oferecendo nenhum risco para o homem ou animal que consuma essa água.
O projeto teve início em 2016 e, ao todo, são 17 pessoas envolvidas, sendo oito alunos de graduação e quatro de pós-graduação da UFC, três alunos já formados pela UFC, um aluno de graduação da UnB e um professor da UFC.
Para Marcus, a ideia se aproxima de aplicações reais na sociedade. “Ela pode resolver verdadeiramente os problemas sociais, como uma possível epidemia transmitida por este mosquito”, afirma.
Questionado se o projeto será produzido em grande escala para ser aplicado na sociedade, Marcus afirma que a função da Universidade é mostrar o conhecimento. “Não é função da universidade produzir em grande escala. Afinal, o laboratório não tem essa condição. Somos apenas responsáveis por desenvolver a tecnologia. Quem deve investir na tecnologia é o Governo ou empresas privadas com maior poderio”, finaliza.
Projeção internacional
A nova tecnologia pode ganhar projeção internacional. Marcus conta ao O POVO Online que eles pretendem se inscrever no International Genetically Engineered Machine (iGEM), um torneio sobre biologia sintética realizado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). A competição acontecerá de 9 a 13 de novembro, em Boston, Estados Unidos.
Para participar, os alunos estão buscando apoio da UFC e patrocínios. “A inscrição que, inclusive, nos garante materiais de laboratório, custa U$ 4.500. Seríamos a primeira equipe do Ceará a participar da competição. Há apenas alguns poucos times no País”, finaliza o estudante. Os interessados em ajudar podem enviar um e-mail para contatoigemufc@gmail.com e procurar os integrantes do projeto.
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