Ceará recusa proposta da XP Investimentos para intermediar migração para SAF
O contato seria para um modelo de negociação voltado para o ano de 2022
O Ceará Sporting Club recusou um contato inicial da XP Investimentos, corretora de valores, para a transformação do clube alvinegro em uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF). O mecanismo é o mesmo adotado por Cruzeiro, Vasco e Botafogo para a venda de ações da equipe no mercado.
O Diário do Nordeste apurou que a oferta tinha como foco a sequência de 2022. Apesar de um caminho adotado por diversas gestões, o Vovô não tem interesse em entrar no modelo no momento.
As conversas são sigilosas, mas consistem em um cenário de mudança estatutária do time. Hoje, o Ceará é uma “Associação Sem Fins Lucrativos”, ou seja, não pode gerar receita para um proprietário. Com a migração para a SAF, a instituição poderia ser adquirida por um interessado.
Nos movimentos recentes, vale ressaltar, a parte implementada na SAF é somente a do futebol, enquanto o clube social permanece como um modelo de associação. Assim, a XP Investimentos atua como intermediador da negociação e responsável por captar o comprador, como fez no caso Cruzeiro.
Em dezembro, a Raposa teve 90% das ações da SAF do time compradas pelo ex-jogador Ronaldo Fenômeno por 400 milhões, por exemplo. Assim, se o Ceará tivesse aceitado a consultoria, iria enfrentar os trâmites necessários para a mudança e posteriormente seria vendido no mercado.
No momento, a gestão alvinegra entende que esse cenário é uma novidade, mas foi uma escolha de times com problemas financeiros e dívidas milionárias – contexto diferente do Ceará, que possui uma situação equilibrada economicamente. Assim, a migração necessita de mais estudos e de outros modelos, como um que possa manter o controle do clube dentro da própria diretoria.
Dívidas dos gigantes brasileiros que viraram SAF:
- Botafogo: cerca de R$ 1 bilhão.
- Cruzeiro: cerca de R$ 1 bilhão.
- Vasco: cerca de R$ 700 milhões.
O QUE É A SAF?
De modo simples, SAF é uma sigla para “Sociedade Anônima do Futebol”. Um modelo que foi criado na legislação brasileira em agosto de 2021, onde há permissão para clubes se transformarem em empresas, o que pode viabilizar a obtenção de investimento. Isso porque a maioria dos clubes do Brasil são “Instituições Sem Fins Lucrativos”, como os casos de Ceará e Fortaleza, por exemplo.
A decisão de migração de modelo é dos próprios clubes. Nos casos de sistemas sem fins lucrativos, a mudança exige uma mudança estatutária, o que necessita de aprovação no Conselho Deliberativo. O processo é seguido com a criação de uma empresa para ofertar “ações de futebol” no mercado.
Deste modo, o detentor da maior parte dos ativos se torna o sócio majoritário do clube, assumindo o controle das principais ações da agremiação, desde que cumpra pendências previstas na legislação. Assim, o rigor na fiscalização aumenta nos times, o que pode até decretar a falência de uma clube.
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