Exportações do Ceará crescem 12,7% no 1º semestre; veja lista com principais produtos
Empresas enviaram pelo Estado US$ 1,07 bilhão em mercadorias ao exterior. Estados Unidos representam 63% do mercado consumidor de produtos locais
O Ceará exportou US$ 1,07 bilhão em produtos no primeiro semestre de 2021, crescimento de 12,7% ante igual período de 2020. As importações também cresceram 27,7% considerando a mesma base de comparação, chegando a US$ 1,54 bilhão. O resultado foi divulgado nesta terça-feira (6) pelo Ministério da Economia.
Com o resultado, a balança comercial do Estado encerrou o primeiro semestre deficitária (o Estado importou mais do que exportou), com saldo negativo de US$ 468,6 milhões. O Ceará é o 14º do País em exportações e o 12º em importações.
Principais produtos exportados pelo Ceará
Entre os protagonistas nas exportações do primeiro semestre estão:
- Produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (53% do total exportado);
- Calçados (9,5%)
- Geradores elétricos giratórios e suas partes (8,7%)
- Frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas (7,2%)
- Demais produtos da indústria de transformação (4,1%).
Já os principais produtos importados são o carvão (12%); óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (8,3%); trigo e centeio, não moídos (8,2%); válvulas e tubos termiônicas (6,5%).
A presidente da Câmara Setorial de Comércio Exterior da Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece), Ana Karina Frota, vê o resultado semestral com bons olhos, mas pondera que os números poderiam ser ainda melhores se a logística mundial estivesse vivenciando um momento mais favorável.
“Nós observamos esse resultado de forma muito positiva, mas estamos diante do contexto mundial de frete altíssimo, falta de contêineres e problemas na aquisição de matéria-prima – muito importante para a vantagem competitiva das nossas empresas. Se todo esse contexto fosse melhor, o Ceará e o resto do mundo teriam um fluxo comercial maior”, pontua Ana Karina Frota.
Ela ressalta que o encarecimento do frete mundialmente é uma questão delicada considerando a importância da via marítima para o comércio exterior no Estado. “Mais de 95% das operações comerciais do Ceará acontecem por transporte marítimo”, diz.
Dólar
Sobre o resultado positivo nas exportações, além da base de comparação baixa (primeiro semestre de 2020, início da pandemia), a presidente da Câmara Setorial de Comércio Exterior avalia que muitas empresas aproveitaram o dólar em patamares recorde para enviar seus produtos para o exterior.
“Obviamente que temos empresas de pequeno e médio porte que estão mais fragilizadas e temos aquelas que já tinham certa experiência e elas aproveitaram que o dólar estava convidativo”, destaca Ana Karina.
Resultado mensal
Apenas em junho, o Ceará enviou em mercadorias para outros países US$ 239,3 milhões – maior volume exportado pelo Estado mensalmente desde julho de 2019, quando as exportações do Ceará somaram US$ 258,5 milhões. Em importações, o Ceará somou US$ 260,02 milhões no mês de junho.
Novo capítulo
Para Ana Karina, o Ceará está iniciando um novo capítulo no desenvolvimento econômico diante da implementação do novo hub de comércio exterior.
“Principalmente quando a gente faz essa análise de uma pauta extremamente concentrada em produtos e países. Esse novo momento vem com o grande propósito de tracionar essas operações, principalmente nas importações com a instalação de grandes empresas que vão trabalhar na montagem e produção com o objetivo de exportar”, reforça Ana Karina.
“Isso significa geração de emprego, renda, mudança na mentalidade empresarial. Esses projetos, embora mais robustos, são claramente ágeis e dinâmicos”, detalha a presidente da Câmara Setorial de Comércio Exterior da Adece.
Atualmente, os Estados Unidos recebem a maior parte das exportações cearenses: 63,1% do total. O Canadá e a Coreia do Sul aparecem logo em seguida, com 3,9% cada. A Argentina corresponde a 3,1% dos envios ao exterior. Já as importações são oriundas da China (29%); Estados Unidos (25%); Argentina (7,4%); Colômbia (6,1%) e Rússia (4,1%).
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